sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Competição no ninho Zacarias

Foi adicionado um novo vídeo no youtube que retrata a elevada competitividade, hoje observada, pelo controlo do ninho Zacarias (http://www.youtube.com/cegonhasnaweb).

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Roubos nos ninhos

Ao longo de todo o ano temos vindo a observar, na maioria dos ninhos, roubos esporádicos ou continuados do material que constitui os próprios ninhos. Normalmente o carácter dos roubos depende da utilização do próprio ninho, sendo a quantidade de material levada por outros casais maior nos ninhos que ainda não foram ocupados ou nos ninhos ocupados por casais que se ausentam durante longos períodos do dia. Independentemente do tipo de roubo, este é um comportamento que se repete ao longo de todo o ano.

Foi hoje adicionado um novo vídeo que pretende documentar esta situação no ninho da Renata durante o mês de Dezembro deste ano.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Natal

Olá a todos!
Esta semana viram-se cegonhas em quase todos os ninhos!
Aproveitamos para desejar, em nome de toda a equipa da Bio3, um Bom Natal e um Feliz 2011.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Personalidade nas aves

Olá a todos. Trazemos-vos notícias frescas da área da investigação científica em aves.

É já sabido que os cães e gatos têm personalidade própria que difere de indivíduo para indivíduo. O que pode surpreender alguns é que isso também acontece nas aves; indivíduos da mesma espécie variam consideravelmente nos níveis de curiosidade em explorar o ambiente que os rodeia.
Distinguem-se dois tipos de aves: as exploradoras rápidas que são mais ‘proactivas’ e agressivas, e as exploradoras lentas, mais cautelosas e ‘reactivas’. Verificou-se que dentro da mesma espécie (neste estudo o chapim-real, Parus major), para duas linhagens geneticamente seleccionadas (‘rápidos’ e ‘lentos’) há diferenças significativas nos níveis de hormonas glucocorticóides entre estes dois grupos. As exploradoras rápidas respondem mais intensamente ao stress aumentando drasticamente os níveis de glucocorticóides, enquanto as exploradoras lentas mostram uma resposta muito mais baixa. Comprova-se pela primeira vez que a personalidade das aves, neste caso a atitude exploradora, está correlacionada com os níveis hormonais.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Ponto da situação do condoninho - 15 de Dezembro

Olá! Neste final de tarde temos casais de cegonhas em quase todos os ninhos: Renata, Patuscas, Jeremias, Zacarias, Pirilampa, Cuscas, Josefina e Xica. Na Josefina está uma cegonha sozinha.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Resumo do dia - 6 de Dezembro de 2010

Boa tarde a todos. Hoje podemos ver durante grande parte do dia, em especial durante a tarde, pelo menos uma cegonha em permanência no condoninho da Renata. Foi ainda possível contabilizar algumas cópulas pelos indivíduos deste ninho. Um aspecto interessante passa-se no ninho da Balantinha: a acumulação de material vegetal trazida pelas cegonhas ao longo do tempo, em conjugação com o abandono do ninho possibilitou a germinação de várias sementes. De momento, a "cama" do ninho está coberta de plantas, parecendo à primeira vista uma horta de cegonhas :)

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Mensagem de Boas-vindas

Olá a todos os que já por cá andam há algum tempo e aos que são novos aqui pelo forúm. Estamos sempre disponíveis para responder às vossas perguntas sobre o webcegonhas. Aos recém-chegados informamos que a rúbrica 'dicas dos biólogos' tem já muitas curiosidades!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Resposta ao Desafio - CBD

Olá a todos. Retomamos o tema da Convenção sobre a Diversidade Biológica, que diz respeito às cegonhas, lagostins e todos nós. Obrigado pela resposta ao desafio, Emília (Bucelas)!


O que é a CDB?
A Convenção sobre a Diversidade Biológica é um tratado internacional para a conservação da diversidade biológica, o uso sustentável dos componentes da biodiversidade e a partilha justa e equitativa dos benefícios resultantes da utilização dos recursos genéticos. Portugal ratificou a Convenção em 1993, pelo Decreto-Lei nº 21/93, de 29 de Junho.

Porque é importante?
Actualmente, devido à acção humana, a perda de biodiversidade tem sido acelerada. O que entre, outras implicações, afecta o desenvolvimento sócio-económico das nações e a sobrevivência do Homem, visto que se estima que no mínimo 40% da economia mundial e 80% das necessidades das populações dependem dos recursos biológicos. Com a perda de biodiversidade, perdem-se também hipóteses de descobrir novos fármacos, fontes de alimento, aplicações bio-tecnológicas e possibilidades de desenvolvimento económico.
Impõem-se assim, medidas e acções urgentes e integradas que responsabilizem todos os intervenientes, para uma utilização mais sustentável e conservadora da biodiversidade.

Quem envolve?
A CDB tem uma participação quase universal entre os países visto que é composta por 193 partes! Visa atingir os seus objectivos através do envolvimento activo e total das partes interessadas/intervenientes, que incluem também as comunidades locais, as organizações não governamentais e as empresas.

O que traz de diferente?
Abrange-se pela primeira vez, num acordo, todos os campos da biodiversidade: além dos habitats e ecossistemas, das espécies e comunidades, também os genes e genomas. Procura harmonizar o desenvolvimento com a necessidade de conservação, procurando a partilha justa e equitativa das responsabilidades ambientais, através da cooperação científica e técnica entre os países, acesso a recursos genéticos e financeiros e transferência de tecnologias limpas.

O que resultou do 10º Encontro das Partes para a Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB COP10)?
Respondendo à vossa pergunta: no encontro que decorreu em Nagoya (Japão) e que envolveu 193 partes representadas por 18 000 participantes, os governos acordaram um pacote de medidas que envolveu a adopção de um novo Plano Estratégico para guiar os esforços nacionais e internacionais para salvar a biodiversidade e atingir os objectivos da CDB.

Eis alguns dos principais acordos estabelecidos entre as partes neste encontro:
- diminuição em pelo menos metade da taxa de perda de habitats naturais, incluindo as florestas, procurando trazer esse valor para próximo de zero.
- protecção de 17% de território terrestre e águas interiores e 10% de áreas costeiras e marinhas.
- recuperação de pelo menos 15% de áreas degradadas através de acções de conservação/recuperação.
- os governos acordaram também num aumento substancial do financiamento para suportar a implementação da Convenção.


Mais informações sobre a Convenção em www.cbd.int .

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Desafio - CBD

Olá a todos. É cada vez mais notório que a biodiversidade está na ordem do dia. De 18 a 29 de Outubro deste ano decorreu o 10º Encontro das Partes para a Convenção sobre a Diversidade Biológica (CBD COP10), do qual resultaram importantes resultados.
Alguém sabe em que consiste a Convenção sobre a Diversidade Biológica?

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Resposta ao desafio - Como bebem as aves?

 As aves têm diferentes métodos de beber água, dependendo do tipo de bico que têm, da quantidade de água que precisam e da forma como a água é disponibilizada.

Muitas aves pequenas usam as gotas de orvalho como fonte de água. Aves com bicos volumosos, como os pelicanos, são vistas a beber água da chuva abrindo simplesmente o bico para o céu, para recolher o líquido. Outras aves há, como os pombos, que bebem da mesma maneira que os cavalos, imergindo o bico dentro de água e sugando-a.


Cegonha bebendo água.
 
As cegonhas e os maçaricos, entre outras espécies, são vistos frequentemente a beber água enchendo o maxilar inferior e inclinando a cabeça para trás para que o líquido escorra pela garganta. A maioria das aves marinhas, que passa muito tempo sem acesso a água doce, bebe simplesmente a água do mar; têm a preciosa ajuda de 'glândulas do sal', localizadas nos nostrilos (narinas), que filtram o excesso de sal da corrente sanguínea. Algumas espécies de beija-flor praticamente não precisam beber água, porque a sua dieta de néctar já os hidrata o suficiente.

Desafio - Como bebem as aves?

Olá a todos. A propósito do estudo realizado sobre como bebem os gatos podemos transportar o tema para aqui e colocar uma nova questão: Como bebem as aves?

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Resposta ao desafio - Espécies exóticas/espécies invasoras

Olá a todos.
Excelente resposta Luísa Moreira (Lisboa), muito completa.
Como o João (P) diz e muito bem a batata (Solanum tuberosum) e o Jacinto-de-água (Eichhornia crassipes) são duas espécies exóticas – a batata é originária da América do Sul (Bolivia, Chile e Perú) e o Jacinto-de-água provem da Amazónia, mas apenas o Jacinto-de-água se revelou uma espécie invasora.



Ilustração de um dos impactos mais comuns da presença de espécies invasoras:
a perda de biodiversidade.

Uma espécie ‘alóctone ‘/’exótica’/’não-indígena’ é a que ocorre numa região que não corresponde à sua área de distribuição natural, ao contrário das espécies ‘autóctones’/’locais’/’indígenas’.
As espécies exóticas invasoras são apenas aquelas exóticas que se expandem de forma excessiva “roubando” recursos naturais necessários à sobrevivência das espécies locais e provocando alterações consideráveis nos ecossistemas. Em todos os grupos de seres vivos pode ocorrer esta situação, desde os microscópicos aos macroscópicos.

Podemos acrescentar outros exemplos de espécies florísticas invasoras em Portugal, como: Mimosas ou Acácias (várias espécies do género Acacia sp.), o Chorão-das-praias (Carpobrotus edulis), a Cana (Arundo donax). A nível de fauna, a Perca-sol (Lepomis gibbosus), a Gambúsia (Gambusia holbrooki), a Tartaruga-da-Florida (Trachemys scripta) e o Lagostim-vermelho-da-Louisiana (Procambarus clarkii) (do qual falámos há uns dias), são alguns casos de invasoras.

O principal agente introdutor de espécies exóticas é, de facto, o Homem, às vezes de forma propositada, como no caso do Jacinto-de-água que foi introduzido inicialmente como planta ornamental, e no caso da Perca-sol , peixe introduzido nos rios para controlar as larvas de mosquitos e para fomento piscícola, mas que predam e competem com as espécies de peixes autóctones, algumas das quais endémicas de Portugal (ou seja, de distribuição restrita ao nosso país). Outras vezes, as espécies exóticas são introduzidas acidentalmente, como é o caso da Alga-verde (Caulerpa taxifolia), usada em aquariofilia, introduzida através dos esgotos, em estuários.

Impactos: A introdução de espécies exóticas numa dada região pode criar situações de predação ou competição com espécies nativas, a transmissão de agentes patogénicos ou de parasitas à fauna/flora locais e afectar gravemente a biodiversidade, as actividades económicas ou a saúde pública, com prejuízos irreversíveis e de difícil contabilização. Quando é necessário controlar ou erradicar espécies introduzidas que se tornaram invasoras, o processo é geralmente complexo e dispendioso. No entanto, não podemos ignorar que a introdução de algumas espécies não indígenas e a sua exploração revelaram-se factores importantes para o desenvolvimento da economia nacional, particularmente para o aumento da variedade e disponibilidade dos recursos alimentares, como é o caso da batata (já aqui referida) e do milho.

Por esse motivo, foi criado na legislação portuguesa o Decreto-Lei nº 565/99, de 21 de Dezembro, que regula a introdução na Natureza de espécies não indígenas da flora e da fauna e inclui uma lista das espécies não indígenas introduzidas em Portugal continental, com carácter invasor.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Desafio - Espécies exóticas/espécies invasoras

Relativamente ao facto do Lagostim-vermelho-da-Louisiana ser uma espécie exótica invasora, importa salientar que nem todas as espécies exóticas são invasoras.
Aproveitamos para vos convidar a descobrir a diferença entre ambas! É um desafio para o fim-de-semana.

A maior causa de mortalidade juvenil da cegonha-branca

Retomando os estudos científicos que se fazem sobre a cegonha-branca, damos conta de mais uma descoberta.

Um estudo alemão publicado este ano dá conta que a pneumonia por infecção fúngica é a maior causa de mortalidade nas jovens crias de cegonha-branca, obstruindo e comprimindo as suas vias respiratórias. Aspergillus fumigatus e vários zygomycetes foram identificados como os agentes primários causadores da infecção numa amostra de 101 crias encontradas mortas.

À semelhança do que ocorre nas aves de capoeira, a pneumonia fúngica poderá ter um papel preponderante na mortalidade dos indivíduos até às 3 semanas de idade, período em que são particularmente susceptíveis às mudanças climatéricas.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O que aconteceu por cá desde Março?

Olá a todos.

Aproveitando a presença das nossas amigas cegonhas de dia nos ninhos e para contextualizar quem por aqui se inicia, fazemos agora um breve resumo deste projecto e do que se passou nos últimos meses.


O projecto Webcegonhas iniciou-se em Março de 2009, tendo o número de ninhos observados aumentado substancialmente em 2010.


Em Março deste ano pudemos observar a recuperação dos ninhos já construídos através da acumulação de novos galhos engenhosamente entrelaçados, e várias cópulas dentro dos vários casais que seguimos. No final desse mês os casais mais ‘adiantados’ começaram a pôr ovos e incubaram-nos até meio de Abril, altura em que nasceram as suas primeiras crias. Os progenitores multiplicaram-se em cuidados parentais, entre a incubação e a regurgitação de alimentos que traziam depois de breves períodos de ausência do ninho, para as crias sempre famintas.


O rápido crescimento das crias, o desenvolvimento da sua penugem, os primeiros exercícios de asas foram atentamente seguidos. No tempo progressivamente maior que ficavam sós nos ninhos, as cegonhitas começaram os exercícios de voo - estávamos em meados de Junho. A partir daí as jovens cegonhas dividiram-se entre treinos intensivos de voo, paragens no ninho para descanso e alimentação pelos progenitores, e ensaios de caça nas zonas de alimentação nas proximidades do ninho. A ausência dos ninhos foi sendo cada vez maior, até deixarem de aparecer de dia nos mesmos, durante o Verão.


Por agora é tempo de ver alguns casais que não migraram a ocuparem novamente os seus ninhos durante o dia e reforçarem os seus laços com lindos rituais de cortejamento e algumas cópulas.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O ninho - um micro habitat!

Olá "cegonhonautas"! Nos últimos dias tem sido possível vislumbrar algumas cegonhas, principalmente no ninho do Zacarias, no entanto a maior parte do tempo apenas observamos os próprios ninhos. O que foge à nossa percepção é o que se passa nesses mesmos ninhos. Estas estruturas construídas pelas cegonhas acumulam guano, restos de alimentos e outros materiais biológicos que os tornam um micro-habitat ideal para muitos invertebrados, albergando uma grande biodiversidade destes animais! Podem ser encontradas nemátodes, ovos e larvas de insectos que por sua vez atraem numerosas espécies de predadores vorazes como ácaros. Existe até um grupo de ácaros, Sub-ordem Gamasina, cuja sua presença apenas existe quando se verifica sucesso reprodutor das cegonhas. Estes ácaros predam ovos e larvas de espécies parasitas das cegonhas, o que os torna uma linha de defesa e controlo de populações de invertebrados prejudiciais para as crias. Por sua vez, ácaros em demasia podem provocar alergias, tal como nos humanos, pelo que é essencial haver um equilíbrio favorável destas populações de micro-animais para que as crias tenham um desenvolvimento saudável.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Cegonhas que ficam ou cegonhas que partem?

Actualmente, verifica-se uma tendência crescente de sedentarização no nosso país de cegonhas-brancas, o que significa que a população de cegonhas-brancas que passa o Inverno em Portugal tem crescido.

Assim, é natural que, de ano para ano, mais ninhos estejam ocupados por esta altura.
É provável que as cegonhas que têm passado as noites no ninho sejam sempre as mesmas e que devido ao bom tempo estejam a adiar a sua partida, ou mesmo, se preparem para ficar por cá a invernar.
Contudo, como é difícil distinguir diferenças entre indivíduos, para já não podemos afirmar categoricamente que são os mesmos.

Adicionalmente,  é de referir também que, muitas das crias que nasceram este ano no Condoninho poderão ainda estar por cá e frequentar o ninho dos progenitores ou outros ninhos nas proximidades.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

"Birdwatching"

Olá a todos. Hoje falamos-vos de Birdwatching (Actividade de observação de aves).
Já podemos falar de dois tipos de Birdwatching: o de “sofá” e o de campo.

O Birdwatching de “sofá” é o que fazemos quando visitamos o Condoninho da Renata e observamos as cegonhas e outras aves que pelos ninhos passam, os seus comportamentos, a sua constituição física, etc, através de dispositivos electrónicos e informáticos.

O outro tipo de Birdwatching, o Birdwatching de campo, que existe há mais tempo, consiste na observação de aves a olho nú, com binóculos ou usando um telescópio, nos locais onde elas estão, como actividade de tempos livres ou inserida em estudos científicos rigorosos. É uma actividade que conjuga passeios ao ar livre, uma componente de memória visual e uma componente auditiva já que várias espécies de aves, embora não estejam à vista, podem ser identificadas através do seu canto ou chamamento.
Os birdwatchers (observadores) fazem-se frequentemente acompanhar de guias de bolso (pequenos livros de campo que os auxiliam na identificação das espécies).

Esta actividade tem ganho inúmeros adeptos em Portugal e no mundo nos últimos anos, e em Inglaterra tem já uma grande comunidade de praticantes que não esquecem o dever de conjugar as suas observações com a preservação do sossego e bem-estar destes animais.

Portugal é um local de excelência para observação de Avifauna no campo, já que usufrui de várias espécies residentes todo o ano, assim como faz parte da rota de espécies migradoras que por aqui param de passagem. Por esta altura é possível observar em alguns pontos do país várias espécies que migram para África, procurando zonas mais quentes onde passar o Inverno.

2 tipos de migradores na Península Ibérica

Como já foi referido anteriormente, a Península Ibérica recebe dois tipos de migradores: os invernantes e os estivais reprodutores.

Os invernantes chegam geralmente do norte da Europa, procurando fugir aos rigorosos Invernos, dos locais onde se  reproduzem. Encontram em Portugal e Espanha, clima menos severo e maior disponibilidade alimentar.

Os estivais reprodutores, tal como o nome indica, deslocam-se ao nosso país durante os meses mais quentes para nidificar, sendo a maioria proveniente da África subsariana. Cegonhas-brancas da Europa Central (França, Bélgica, etc.) também são possíveis invernantes em Portugal, além dos possíveis indivíduos que cá nidificam, sendo aparentemente residentes no nosso país.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A ZPE do Estuário do Tejo

A ZPE do Estuário do Tejo, próximo do Condoninho da Renata, é um local privilegiado para a ocorrência de espécies de aves em número considerável aquando da sua migração entre África e o Norte da Europa. Alberga regularmente mais de 100.000 aves aquáticas invernantes. Das cerca de 200 espécies de ocorrência regular, 46 estão incluídas no anexo I da Directiva Aves (ver este artigo).

De entre as inúmeras espécies migradoras ou invernantes contam-se o Sisão (Tetrax tetrax), o Pato-trombeteiro (Anas clypeata), o Ganso-bravo (Anser anser), o Alfaiate (Recurvirostra avosettta) e o Pilrito-de-peito-preto (Calidris alpina).

No estuário do Tejo, que é também Reserva Natural e Sítio Ramsar (Zona húmida de importância internacional), podem ser observadas concentrações consideráveis de aves aquáticas nidificantes como a Garça-vermelha (Ardea purpurea), o Pernilongo (Himantopus himantopus) e a Águia-Sapeira (Circus aeruginosus).

No meio de tantas aves, naturalmente que as cegonhas-brancas não podem faltar como frequentadoras desta Zona de Protecção Especial.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Desafio - Quantas ZPE's existem em Portugal?: Resposta

Agradecemos as vossas respostas ao desafio colocado. Actualmente, existem 62 Zonas de Protecção Especial em Portugal: 43 no continente (ver mapa), 15 nos Açores e 4 na Madeira.



Zonas de Protecção Especial em Portugal Continental

De acordo com a legislação, uma “Zona de protecção especial” (ZPE) é uma «área de importância comunitária no território nacional em que são aplicadas as medidas necessárias para a manutenção ou restabelecimento do estado de conservação das populações de aves selvagens [espécies listadas no anexo A-I do Decreto-Lei n.o 49/2005 de 24 de Fevereiro] e dos seus habitats, bem como das espécies de aves migratórias não referidas nesta lista e cuja ocorrência no território nacional seja regular.» (Decreto-Lei n.o 49/2005 de 24 de Fevereiro)

As ZPE fazem parte de uma rede ecológica – a Rede Natura 2000 - em conjunto com as ZEC/SIC (“zonas especiais de conservação”).

A Rede Natura 2000 é uma rede ecológica que tem missão contribuir para assegurar a biodiversidade através da conservação dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagens no território da União Europeia, e é constituída, como já referimos, pelas ZPE e ZEC.

Uma “Zona especial de conservação” (ZEC) é «um sítio de importância comunitária no território nacional em que são aplicadas as medidas necessárias para a manutenção ou o restabelecimento do estado de conservação favorável dos habitats naturais ou das populações das espécies para as quais o sítio é designado.» (Decreto-Lei n.o 140/99, de 24 de Abril)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Desafio - Quantas ZPE's existem em Portugal?

As aves são um grupo faunístico emblemático que desde sempre suscitou muito interesse por parte do Homem. De forma a preservar as espécies de aves mais ameaçadas foram criadas várias Zonas de Protecção Especial para a Conservação de Aves Selvagens ou "ZPE's", verdadeiros santuários onde as aves e os seus habitats são protegidos e onde é possível observar um número elevado de espécies.
Alguém sabe quantas ZPE's existem em Portugal?

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Reprodução do Estorninho-preto

Os estorninhos-pretos têm crias duas vezes por ano. A primeira postura dos ovos ocorre normalmente entre início de Abril e início de Maio. A segunda postura é efectuada cerca de 45 dias depois, entre finais de Maio e meados de Junho. A incubação dos ovos dura 10 a 15 dias e as crias estão prontas a voar 18 a 25 dias após o nascimento. Assim, em Junho começam a formar-se bandos de juvenis do ano, mesmo que os adultos ainda estejam ocupados com a segunda ninhada.
Os ninhos são feitos em cavidades localizadas muitas vezes em estruturas humanas (debaixo de telhas, buracos nas paredes e caixas-ninho). Também ocupam buracos em árvores, rocha ou em ninhos de cegonha!

Estorninhos

Como as cegonhas-brancas têm andado mais afastadas dos ninhos, temos tido oportunidade de observar os estorninhos com mais atenção. Os estorninhos-pretos (Sturnus unicolor) são pequenas aves residentes na Península Ibérica, Sul de França, Norte de África e ilhas mediterrânicas. São aves bastante ruidosas, emitindo assobios e imitações de outras aves.
Apresentam um comportamento gregário durante todo o ano, o que significa que têm tendência para formar bandos: nos meses de Abril e Maio (época de reprodução) formam bandos com cerca de 10 aves, enquanto que no resto do ano são frequentemente observados bandos com uma centena de indivíduos.
Alimentam-se de sementes, frutos e invertebrados.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Equipamento de telemetria

No seguimento do tema que estamos a abordar actualmente, os aparelhos emissores de telemetria modernos, para seguimento de aves de grande porte por satélite, têm incorporados pequenos paineis-solares e baterias que abastecem de energia o equipamento. São "vestidos" na ave como se de pequenas mochilas se tratassem e recolhem, além do posicionamento geográfico, a velocidade, altitude, direcção e por vezes a temperatura; dados que por sua vez são gravados no microprocessador iincorporado no equipamento.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Resumo dos acontecimentos da semana

Durante esta semana, verificou-se que os ninhos foram usados pelas cegonhas para passar a noite. As cegonhas têm chegado aos ninhos por volta do pôr-do-sol, altura em que se observaram alguns "cumprimentos" entre elas: matraquear à chegada.
No final da semana, registaram-se alguns problemas técnicos na transmissão das imagens, que esperamos que estejam completamente resolvidos de forma a podermos continuar a observar a vida das cegonhas!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Seguimento por satélite de Cegonha-preta em Portugal - 2

O estudo de seguimento de cegonha-preta por satélite efectuado em 2003 e em 2004 forneceu outras informações muito importantes para a conservação desta espécie. Por exemplo, possibilitou o conhecimento dos locais de concentração pós-nupcial na Península Ibérica, padrões de actividade (decrescem a meio do dia e a partir das 20:00), dispersão dos juvenis (a distância máxima ao ninho foi 124 Km), dimensão e localização das áreas vitais antes da migração, rotas de migração outonal e locais de invernada (Mauritânia, Senegal, Mali).
Nos locais de invernada escolheram zonas de savana arbustiva ou arbórea com zonas alagadas, linhas de água temporárias e rios.
Verificaram ainda que, à medida que a estação avançava, as cegonhas deslocaram-se mais para Sul. Na região de invernada em África, a época das chuvas ocorre de Maio a Setembro. Assim, à medida que a época seca avançava e as zonas mais a norte iam secando, os indivíduos procuravam áreas alagadas mais a sul.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Seguimento por satélite de cegonha-preta em Portugal

Durante os anos de 2003 e 2004 foi efectuado um estudo de seguimento por satélite de cegonhas-pretas em Portugal e Espanha. Foram marcados dois juvenis em 2003 (Lavandula e Nerium - duas fêmeas nascidas na bacia do Tejo e do Guadiana, respectivamente) e dois juvenis em 2004 (Negrita e Lua Nova - uma fêmea e um macho ambos nascidos na bacia do Guadiana). Os emissores de telemetria de Lavandula e Negrita deixaram de transmitir dados por razões desconhecidas ao fim de 11 meses (em Argélia/Marrocos) e de 3,5 meses (Mali - Vale do Niger), respectivamente. Os emissores de telemetria de Nerium e Lua Nova foram recuperados na Extremadura espanhola, ainda antes destas aves iniciarem a migração para África. Nestes dois casos suspeita-se da possibilidade de estas cegonhas terem sido abatidas. Apesar disso, as localizações obtidas durante o período de seguimento permitiram adquirir informações importantes sobre a dispersão e migração dos juvenis desta espécie. Alguém sabe qual foi a distância máxima destas cegonhas em relação ao ninho onde nasceram durante a fase de dispersão (antes da migração para África)?

terça-feira, 7 de setembro de 2010

A ave seguida há mais tempo por telemetria

A cegonha Max é a ave seguida há mais tempo através de telemetria (11 anos). Esta ave foi assim baptizada em homenagem a Max Bloesch (1908-1997) que, a partir de 1948 reintroduziu a cegonha-branca na Suiça. Esta ave foi marcada com um emissor de telemetria a 5 de Julho de 1999, quando era ainda uma cria. Em Agosto de 1999, com cerca de 2 meses, começou a sua primeira migração. Atravessou o Estreito de Gibraltar para invernar em Marrocos, onde passou os 8 meses seguintes. Na Primavera de 2000 regressou à Europa, mais concretamente ao centro de Espanha, tendo migrado para Marrocos em Agosto seguinte. Nos anos seguintes repetiu um padrão de deslocações semelhante, mas partindo da Europa cada vez mais tarde e regressando cada vez mais cedo. No entanto, em 2007, esta cegonha permaneceu no Sul de Espanha durante o Inverno, e, nos anos seguintes invernou ainda mais a Norte, no centro de Espanha. Para além de informações sobre o comportamento migratório desta ave, a telemetria por satélite permitiu saber que esta cegonha criou com sucesso 26 crias desde 2002 (primeiro ano em que se reproduziu).

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Migração - telemetria por satélite

Uma das formas de estudar a migração dos animais é através da telemetria por satélite. Esta técnica implica a captura do animal para que lhe seja colocado um emissor de telemetria (um aparelho de dimensões reduzidas em comparação com o peso do animal, de modo a não causar alterações no comportamento do mesmo). Os dados do emissor são enviados para os satélites e posteriormente destes para uma estação terrestre, onde a informação é tratada e disponibilizada aos cientistas. A telemetria por satélite possibilita a obtenção de um grande volume de dados que nos indicam a localização do animal. A ave seguida há mais tempo (11 anos) é uma cegonha-branca! - uma fêmea chamada Max e que nasceu na Suiça.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Resumo semanal

Nos últimos dias os avistamentos de cegonhas nos ninhos têm sido escassos, no entanto, ainda é possível vislumbrá-las com alguma frequência nos ninhos, principalmente ao final do dia ou princípio de manhã.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Magnetorecepção

Ainda sobre o tema da magnetorecepção e aprofundando-o… Muitas aves parecem ter dois sentidos de magnetorecepção: um baseado em magnetite junto ao bico e outro baseado num processo bioquímico dependente da luz que ocorre nos seus olhos.

Foram feitas interessantes descobertas recentemente nesse campo! Foram encontradas moléculas magnetosensoriais – cryptochromes (criptocromas) – nos olhos de aves migradoras e foi detectada uma suposta mancha magneto-sensorial de magnetite no bico superior.

Há ainda uma vasta lista de questões por responder sobre este tema. Em ciência é assim, o conhecimento vai sendo construído passo a passo!

"Qual o fenómeno de orientação que a cegonha possui?"

A forma como as aves se orientam durante as migrações ainda não está totalmente compreendida.

De várias experiencias científicas realizadas, existem muitas evidências que apontam para a existência de um programa espacio-temporal inato em muitas espécies de aves migradoras, capaz de guiar os juvenis que nunca migraram para o local de invernada, sem a ajuda dos adultos.

As cegonhas-brancas inexperientes são capazes de usar a luz solar e detectar o campo magnético terrestre (magnetorecepção), usando-os como mapa de partida, sobre o qual navegam e a partir do qual criam o seu próprio mapa mental. É possível que usem também informação que herdaram geneticamente.

Contudo, factores ambientais também influem, visto que as rotas de migração são mais semelhantes entre grupos de indivíduos no mesmo ano, do que entre anos.
A teoria actual sugere que os indivíduos inexperientes partem das áreas de nidificação voando numa certa direcção ‘de compasso’ e que ao fim de algum tempo, alteram a direcção da rota se necessário.

Todavia, verifica-se que o estímulo de seguir coespecíficos domina sobre a orientação inata e que as cegonhas-brancas juvenis migram em grandes bandos com indivíduos adultos mais experientes. Assim, aquelas apenas raramente têm que usar os seus mecanismos de orientação inatos.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Desafio - Altitude máxima de voo?: A Resposta

Num estudo realizado na região de Israel que usou detecção por radar, a altitude máxima medida foi de 3836m acima do nível do solo.
São quase 4 km de distância!

Factores que influenciam a fidelidade ao ninho

Estudos indicam que, em média, são os machos que chegam primeiro ao ninho no início da época de reprodução. No entanto, não existe informação de que
sejam os últimos a partir.

Parecem existir vários factores que influenciam a ocupação dos ninhos, sendo que a idade da ave parece ser o factor mais determinante para a fidelidade ao
ninho, a data de chegada ao ninho e o sucesso reprodutor.

Por outro lado, o sucesso reprodutor na estação anterior influencia a frequência de mudança de ninho na estação seguinte. Adicionalmente, a mudança de
ninho está também muitas vezes relacionada com mudança de parceiro e pares mais fiéis tendem a ter maior sucesso reprodutor.

Assim, de uma forma geral, os indivíduos mais velhos não mudam de ninho com regularidade, chegam primeiro aos locais de reprodução e têm maior sucesso
reprodutivo. Pelo que é mais provável que casais mais fiéis e mais velhos mantenham o mesmo ninho na estação seguinte.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Desafio - Altitude máxima de voo?

Olá a todos.

Já aqui referimos que as cegonhas aproveitam as correntes térmicas ascendentes, para se elevarem em altitude e assim migrarem a maior velocidade.

Qual será a altitude máxima de voo detectada para a cegonha-branca?

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Resposta sobre migração

Uma interessante pergunta do lms, que serve para falar um pouco mais sobre migrações! A Península Ibérica recebe dois tipos de migradores: os invernantes e os estivais reprodutores.
Os invernantes chegam geralmente do norte da Europa, procurando fugir aos rigorosos Invernos, dos locais onde se reproduzem. Encontram em Portugal e Espanha, clima menos severo e maior disponibilidade alimentar. Alguns exemplos de migradores invernantes no nosso país: a petinha-dos-prados (Anthus pratensis), que "invade" o nosso país aos milhares, e o abibe (Vanellus vanellus) muito comum no sul do nosso país a partir do Outono.
Os estivais reprodutores, tal como o nome indica, deslocam-se ao nosso país durante os meses mais quentes para nidificar. Estas espécies vêm na sua maioria de África subsariana. Nessas regiões existe um biodiversidade muito elevada, havendo consequentemente uma elevada competição por recursos. Assim sendo, a migração é uma estratégia evolutiva que certas espécies desenvolveram, deslocando-se para regiões onde há menor competição por recursos numa altura crítica como é a nidificação. Outros exemplos deste tipo de migradores, são o colorido abelharuco (Merops apiaster) ou a águia-cobreira (Circaetus gallicus).

Nos últimos 20 anos, temos vindo a assistir a um número cada vez mais elevado de cegonhas-brancas a invernar no nosso país. Algumas das que cá encontramos no Inverno, nidificam também em Portugal, sendo aparentemente residentes no país, outras chegam da Europa central e invernam na Península Ibérica. Temos vindo a assistir a uma mudança de estratégia evolutiva por parte de algumas populações de cegonhas-brancas, já que os perigos e dificuldades de uma migração de longa distância parecem não compensar. Porquê? A razão prende-se essencialmente com a maior disponiblidade alimentar verificada nos últimos 20 anos. Os aterros sanitários são uma fonte inesgotável de alimento explorado pelas cegonhas-brancas durante todo o ano. Outra das razões foi o aparecimento em grande escola de um novo recurso trófico no início da década de 80 do século passado: o lagostim-vermelho-do-louisiana (Procambarus clarkii), uma espécie exótica invasora, introduzida nas zonas húmidas da Península Ibérica.

Migração - Correntes térmicas

Continuando com o tema da migração: Existem estudos interessantes sobre os factores que condicionam a velocidade das cegonhas-brancas durante as suas longas viagens de migração. Um deles é a presença de correntes térmicas ascendentes, que existem em maior número e maior intensidade em África que na Europa. As cegonhas aproveitam-as para se elevadar a grandes altitudes, sendo as altitudes médias, durante a migração, superiores em África. Sendo uma ave planadora, atingir grandes altitudes possibilita migrar a maior velocidade, chegando a rondar os 45km por hora.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Resposta ao desafio sobre migração.

Respostas correctas! As cegonhas da Europa Ocidental, como as nossas, utilizam o estreito de Gibraltar para atravessar o mar Mediterrânico, dirigindo-se essencialmente para a África Subsariana ocidental. As cegonhas que nidificam na Europa central e de leste viajam por três continentes! Dirigem-se pela Turquia, atravessando o estreito do Bósforo, contornando o mar Mediterrânico até a Israel onde chegam finalmente a África. Aí prosseguem viagem em direcção ao Sudão e ao Chade, áreas de pré-invernada. Depois dispersam pelo continente africano, podendo mesmo chegar aos extremos da África do Sul.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Desafio - migrações

Esta semana vamos falar um pouco sobre migrações. Apesar de algumas das cegonhas-brancas já invernarem em Portugal, a maior parte da população viaja para África. Qual será o percurso que elas farão? E as cegonhas-brancas da europa central e de leste? Será que todas elas efectuam o mesmo percurso? O desafio está lançado!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Desafio - A Cegonha-Episcopal - A Resposta

Confirmamos as respostas.
A cegonha-branca é em média mais alta que a cegonha-episcopal cerca de 35cm, pois a cegonha-branca desenvolve-se até aos 120cm, enquanto a cegonha-episcopal atinge apenas os 85 cm, em média.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Desafio - A Cegonha-Episcopal

Hoje apresentamos mais uma cegonha do mundo: a cegonha-episcopal (Ciconia episcopus).
Será maior que a cegonha-branca?

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Desafio - Cegonha-bico-de-sela: A Resposta

Confirmamos a resposta à pergunta de ontem. A cegonha-bico-de-sela tem uma alimentação semelhante à da cegonha-branca. Também é verdade que normalmente põe até 2 ovos, que são brancos.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Cegonha-bico-de-sela

Já que falamos na Cegonha-bico-de-sela (Ephippiorhynchus senegalensis), já repararam no que tem em comum a alimentação desta espécie e a da cegonha-branca?

Vídeo

Relativamente ao vídeo do Lms, embora a qualidade não permita certeza absoluta, acreditamos tratar-se de um juvenil de Ephippiorhynchus senegalensis (Cegonha-bico-de-sela ou Jabiru de África).

Desafio - Cegonha de Storm: A Resposta

Óptimas respostas, Lms e Luisa Moreira; confirmamo-las.
De facto a cegonha de Storm (Ciconia stormi) está classificada como “Em Perigo” na lista vermelha de espécies ameaçadas da IUCN devido essencialmente à destruição do seu habitat natural.
Ocorre em baixas densidades populacionais, principalmente em locais em grandes manchas de floresta intacta, particularmente em florestas com turfeiras de água doce, nas planícies dos grandes rios.

Principais ameaças: perda e fragmentação das florestas onde habita (devido à sua substituição por plantações para extracção de óleo-de-palma), construção de infrastruturas, aumento da perturbação humana.

Distribuição: extremo sul da Tailândia, península da Malásia, Sumatra (Indonésia), ilha de Bornéu (Malásia/Indonésia).

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Desafio - Cegonha de Storm

Dentro da temática que abrimos esta semana – 'As Cegonhas do Mundo' - lançamos agora um desafio para o fim-de-semana.

A cegonha de Storm é uma espécie de cegonha em perigo.
Em comum com a cegonha-branca tem o facto de ter o bico e as patas da mesma cor e uma penugem essencialmente preta e branca.
Alguém sabe onde habita a cegonha de Storm (Ciconia stormi) e porque está em perigo?

Resumo

Esta semana os ninhos têm estado desocupados quase todo o tempo durante o dia.
No ninho Tobias, onde os nascimentos ocorreram mais tarde, o pouso é de quando em vez visitado por um juvenil.

Aspecto do Marabu

Olá a todos.
Relativamente ao vídeo do Lms, aparentemente não se trata de um Marabu (Leptoptilos crumeniferus).
O bico do Marabu tende a ser mais claro e robusto, a cabeça e pescoço são praticamente desprovidos de penas e o pescoço apresenta uma bolsa na sua base.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Os nomes comuns de Leptoptilos crumeniferus

Os nomes comuns mais frequentes de Leptoptilos crumeniferus são Marabu, Marabu africano, Cegonha Marabu, ou 'Marabou' em inglês.

Como já tivemos oportunidade de referir, os nomes comuns podem tornar-se bastante ambíguos. Algumas fontes portuguesas não científicas referem-se à espécie como Cangalheiro, contudo não é o nome comum português mais utilizado.

Resposta ao Desafio - Ciconiidae em Portugal

Olá a todos. A resposta ao desafio de ontem é: o Marabu.

Com o nome científico de Leptoptilos crumeniferus, o Marabu é uma espécie nativa de países africanos, normalmente sedentária ou localmente nómada.

Tem uma área de distribuição extremamente vasta, mas é uma raridade em Portugal.
A última observação que se conhece no país data de 2004 em Portimão, mas também já foi vista no Paúl do Boquilobo, na Barragem da Póvoa (Alpalhão) e no Estuário do Sado.

É uma ave com um aspecto bastante peculiar.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Desafio - Ciconiidae em Portugal

Vamos a mais um desafio?
Para além da cegonha-branca e da cegonha-preta que ocorrem regularmente em Portugal também são vistos pontualmente indivíduos de outras espécies de cegonhas (Ciconiidae).
Alguém tem ideia de que outras espécies Ciconiidae já têm sido observadas por cá?

Quem foi Lineu?

Em resposta ao vosso pedido:
Linnaeus (Lineu em português) - nome por que ficou conhecido o importante botânico, zoólogo e físico sueco Carl von Linné – tornou-se célebre sobretudo pela criação do Systema Naturae (1735), um moderno sistema de nomeação, hierarquização e classificação em Reinos, Classes, Géneros e Espécies, que usou para ‘organizar’ os seres vivos e que ainda hoje é utilizado, apesar de ter sofrido alterações.
Na 10º edição desta sua obra estabeleceu as bases do actual sistema de nomenclatura binomial (géneros e espécies) - nome científico das espécies, do qual já tivemos oportunidade de falar. É, por isso, considerado o pai da Taxonomia moderna - ciência da classificação.

Quantas espécies de cegonha existem? - A Resposta

A Natureza surpreende: o nº de espécies actualmente aceite cientificamente está acima dos valores que foram apostados por vocês. De acordo com a iniciativa ‘Catalogue of Life’ (da Species 2000 e ITIS) estão catalogadas 30 espécies da família Ciconiidae (família das cegonhas)! Só do mesmo género da nossa Renata (Ciconia) são 7 espécies. Dentro da espécie de cegonha-branca incluem-se 2 subspécies (Ciconia ciconia boyciana e Ciconia ciconia ciconia). Em comum têm o facto de serem aves grandes, com longas pernas e pescoço e com um bico robusto e comprido, entre outras características.

Eis a actual lista de espécies de cegonhas:

Anastomus lamelligerus
Anastomus oscitans
Cathartes aura
- Cathartes aura aura
- Cathartes aura septentrionalis
- Cathartes aura teter
Cathartes burrovianus
Cathartes melambrotus
Ciconia abdimii
Ciconia boyciana
Ciconia ciconia
- Ciconia ciconia boyciana
- Ciconia ciconia ciconia
Ciconia episcopus
Ciconia maguari
Ciconia nigra
Ciconia stormi
Coragyps atratus
Ephippiorhynchus asiaticus
Ephippiorhynchus senegalensis
Gymnogyps californianus
Ibis cinereus
Ibis ibis
Ibis leucocephalus
Jabiru mycteria
Leptoptilos crumeniferus
Leptoptilos dubius
Leptoptilos javanicus
Mycteria americana
Mycteria cinerea
Mycteria ibis
Mycteria leucocephala
Sarcoramphus papa
Vultur gryphus
Xenorhynchus asiaticua

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Lançamento do tema "As cegonhas do mundo"

Num momento em que as jovens cegonhas alargam os horizontes e conhecem melhor o mundo que as rodeia, aproveitamos para alargar também o horizonte de debate apresentando-vos uma nova temática: “As cegonhas do mundo”.

Eis um primeiro desafio: alguém sabe quantas espécies de cegonha existem?

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Tobias já voam

Os jovens Tobias já voam. Hoje estiveram ausentes do ninho por longos períodos. Estão agora numa nova etapa da sua vida. Treinarão o voo e aprenderão a procurar alimento com a ajuda dos progenitores, que nestes primeiros tempos as alimentarão nos locais de caça e no ninho, enquanto não se tornam independentes.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Resumo

A grande maioria dos ninhos permanece vazia durante o dia. Excepção para o ninho Tobias, onde duas crias exercitam as asas enquanto esperam pela chegada de alimento trazida pelos progenitores, que se ausentam por longos períodos de tempo. Pontualmente os ninhos Balantinha e Tretinhas são ocupados por umas horas por indivíduos solitários.

Excretar em ninhos alheios

As cegonhas demonstram algum cuidado em manter o ninho limpo e, desde cedo, aprendem algumas regras de higiene.
Por volta do 14º dia já se abeiram do limite do ninho e excretam para fora deste, imitando os progenitores. Assim é frequente ver consideráveis concentrações de dejectos na área imediatamente em redor do ninho.

Tal como observado pelo Luis (Cascais), já vimos cegonhas intrusas excretarem para o interior do ninho que estão a invadir enquanto, por exemplo, roubam alguns galhos (figuras abaixo).







terça-feira, 27 de julho de 2010

Marcas alares

Embora não seja a situação ideal e os investigadores devam estar de alerta para a possibilidade de efeitos comportamentais negativos, a colocação de marcas alares possibilita a realização de muitos estudos científicos para a conservação destas espécies.



As marcas alares são usadas quando é difícil observar as anilhas devido ao comportamento das aves. Permitem identificar os indivíduos a uma maior distância. Geralmente são úteis para identificar as aves em voo ou quando as aves pousadas "escondem" as anilhas com as penas das patas.

"Patas brancas"

Olá a todos. O material branco que por vezes se vê nas patas destas cegonhas resulta dos seus próprios excrementos, outrora fluidos.

Este comportamento já foi verificado para outras espécies da família Ciconiidae - à qual a cegonha-branca pertence – tais como o Marabu (Leptoptilos crumeniferus) e uma cegonha das Américas (Mycteria americana) que quando está calor, dirige os seus excrementos líquidos para as suas longas pernas.

Um estudo realizado com garças e gaivotas concluiu que as suas pernas nuas têm grande importância na termorregulação do corpo, sendo que quanto maior é a temperatura exterior, maior é a percentagem de calor interno libertado pelas pernas, face ao total de calor interno libertado pelo corpo da ave.
O estudo indica também que, para os indivíduos analisados, à temperatura ambiente de 35° C, quase todo o calor interno é dissipado através das pernas.

Por outro lado, estima-se que a perda de calor para a água seja cerca de 4 vezes superior à que é perdida para o ar, à mesma temperatura ambiente.

Assim, com este comportamento conseguem perdas grandes de calor por evaporação à medida que a água dos excrementos vai escorrendo pelas pernas, regulando a sua temperatura corporal.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Incesto e Consanguinidade

Olá a todos. Foi aqui levantado há uns dias o tema do incesto.
É muito escassa a informação existente sobre ocorrência de incesto em cegonhas brancas, o que é um indicador de que não é um hábito nesta espécie.

A reprodução entre parentes não é vantajosa, pois leva a perda de variabilidade genética na população. O que é que isto quer dizer? Tirando algumas excepções, os indivíduos são geneticamente diferentes entre si. Essa variabilidade genética que traz ligeiras diferenças físicas e fisiológicas entre indivíduos que faz com que, perante situações ambientais adversas haja indivíduos mais aptos que outros, mais capazes de sobreviver e de se reproduzirem.

Assim, quando há variações ambientais – por exemplo, vagas de anos mais quentes, ou épocas em que o alimento mais habitual não abunda, ou outras - populações com maior variabilidade genética tendem a resistir melhor pois têm mais probabilidade que dentro da composição genética da população existam combinações genéticas favoráveis.



Populações com níveis mais altos de consanguinidade, ou seja, com baixa variabilidade genética, – caso frequente em ilhas e regiões geograficamente muito isoladas e/ou populações com baixo número de indivíduos – têm menor probabilidade que dentro da composição genética da população existam combinações genéticas favoráveis e portanto, de sobreviverem e se reproduzirem sob condições ambientais adversas.

Há ainda outro problema relacionado com populações em que a reprodução entre parentes é frequente, como já foi referido por alguns de vós.
Com a reprodução, há recombinação genética e é normal que ao longo de gerações ocorram pequenas mutações genéticas. Parte dessas mutações é favorável, parte é desfavorável, parte não traz vantagens nem desvantagens.
Se numa população existirem altos níveis de consanguinidade, há maior concentração de certas mutações e com isso, maior probabilidade de se manifestarem doenças graves ou malformações, resultantes de mutações desfavoráveis.

Por isso é que, em termos de conservação da natureza, se tem que ter muito cuidado quando o número de indivíduos de uma população de uma espécie é drasticamente reduzido, pois se essa população estiver isolada de outras populações da mesma espécie, haverá muitos cruzamentos entre parentes, a variabilidade genética diminui e pode não ser o suficiente para garantir a sobrevivência da população.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Por que é que as espécies têm nomes comuns e nomes científicos?

Olá a todos. A questão levantada pelo Luis (Cascais) foca um tema ainda não abordado aqui. Por que é que as espécies têm nomes comuns e nomes científicos?

O Homem desde sempre precisou atribuir nomes às coisas para poder comunicar. Assim, relativamente aos animais, atribuiu-lhes nomes que facilmente os identificavam: os nomes comuns ou também chamados nomes vulgares das espécies.

Assim aconteceu que a mesma espécie assumiu por vezes, nomes diferentes em diferentes regiões, tal como o contrário também aconteceu: povos de diferentes pontos do mundo atribuíram o mesmo nome comum a espécies distintas. À medida que a comunicação entre povos foi aumentando, nomes que facilmente identificavam uma “espécie” começaram a confundir-se com os nomes de outras “espécies” de outros locais.



Para comunicar de forma mais exacta e sem ambiguidades, a comunidade científica precisou baptizar as espécies com um nome único e inequívoco, igual em qualquer parte do mundo. Assim surgiu o nome científico, propositadamente em latim por esta ser uma língua morta e que portanto já não evoluiria ao longo dos tempos – a forma correcta de o escrever é com o tipo de letra itálico (quando escrito à mão, deve ser sublinhado). Actualmente os cientistas esforçam-se por reunir consenso de forma a escolher 1 só nome científico válido para cada espécie.

Respondendo directamente à questão do Luis: nomes comuns traduzidos à letra acabam por não trazer garantias na identificação e a melhor forma é mesmo considerar só o nome científico da espécie.

Em Portugal Pandion haliaetus é conhecido por Águia-pesqueira ou Guincho e encontra-se criticamente ameaçada para o território nacional, embora tenha uma distribuição mundial ampla.

A espécie Haliaeetus albicilla, vulgarmente chamada de Águia-rabalva em Portugal, está dada como extinta para o nosso país pela IUCN (www.iucnredlist.org), o que significa que há muitos anos que não é vista por cá.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Jovens independentes

As ninhadas mais velhas estão praticamente independentes.

Os progenitores já regressam muitas vezes ao ninho sem elas, aproveitando para reforçar os laços entre o casal (matraqueando, catando-se e ajeitando a penugem mutuamente), agora que a tarefa está praticamente cumprida. Parece ser essa a situação no ninho da Renata.

Nesta fase, alguns juvenis exploram a região envolvente ao mesmo tempo que aperfeiçoam os seus métodos de caça.

Nos próximos tempos, boa parte dos progenitores e respectivas crias migrará para o continente africano, embora alguns possam continuar por cá, próximo de locais com maior abundância de alimento.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Resumo do dia

No ninho do Tobias uma das crias já exercita as asas elevando-se a alguns centímetros do ninho. No lar da Josefina os petizes já voam, juntando-se aos muitos outros rebentos que exploram os céus de Porto Alto e que seguem os pais para os locais de alimentação.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

As Pirilampas já voam!

Finalmente, as Pirilampas e uma Josefina deram o seu primeiro voo! O ninho das Pirilampas já se encontra vazio. Os céus do Porto Alto contam já com 27 juvenis de cegonha-branca que deram o seu primeiro voo com sucesso. Esperamos ainda pelo primeiro voo das Patuscas e de 2 Josefinas.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Peso corporal das crias

Uma curiosidade sobre o desenvolvimento das cegonhas: Apesar de todas as crias eclodirem com o mesmo peso corporal, a partir da segunda semana, as crias que nasceram primeiro atingem maior massa corporal que as que nasceram depois. Esta situação é devida, provavelmente, ao seu maior tamanho, que lhes dá uma vantagem competitiva sobre os irmãos, em particular nos momentos de alimentação.
Por outro lado, as crias macho crescem mais rápido que as crias fêmea e são mais pesadas.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Esclarecimentos

Não é fácil saber ao certo o que terá acontecido às cegonhas que já saíram do ninho e não regressaram. Sabemos que é relativamente comum que algumas saídas do ninho sejam mais atribuladas que outras, quer por um desequilíbrio ou pelo instinto que leva as crias a saltar para o voo quando assustadas, ao contrário do que acontece nas primeiras semanas de vida, quando ficam imóveis face a situações de perigo. Apesar de apresentarem uma plumagem completa, os músculos das asas das jovens cegonhas podem não estar ainda totalmente desenvolvidos, o que poderá dificultar o regresso aos inexperientes voadores, em particular em situações de primeiro voo não voluntário. Outra coisa a ter em conta é a variabilidade de cada indivíduo. Exemplo disso são os diferentes ninhos que temos seguido – nas Renatas as crias continuam a frequentar regularmente o local de nascimento, ao contrário dos Zacarias que já mal surgem no ninho. Tal como já referimos anteriormente, assinalamos que os progenitores continuam a alimentar as crias quando elas se encontram fora do ninho.

Onde pernoitam?!

As cegonhas pernoitam preferencialmente em poisos com boa visibilidade em seu redor, tais como árvores, postes e telhados.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Sobre os Tobias

Aparentemente 1 das crias dos Tobias já não se encontra no ninho, o que parece indicar que terá partido do ninho mais cedo que os irmãos. A eclusão do primeiro ovo neste ninho deu-se no dia 17 de Maio, e fazendo as contas já passaram cerca de 57 dias. Portanto, o intervalo para a emancipação, que varia entre os 54 e os 68 dias de vida descrito na bibliografia, está dentro do normal para a espécie.

Os voos dos Malaquias

Esta manhã houve mais duas cegonhas jovens voando pelos ares do Porto Alto. Desta feita, foram as Malaquias que se ausentaram durante grande parte da manhã. Agora estão de volta ao ninho para um provável repouso na hora de maior calor. As próximas serão as Pirilampas?!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Resumo semanal

Durante esta semana, foi notória a menor utilização dos ninhos da Renata e Zacarias. O ninho Zacarias encontrou-se poucas vezes ocupado, pois provavelmente os juvenis estão com os pais nos locais de alimentação, sendo alimentados já fora do ninho. No início da semana, verificou-se até a invasão e roubo de material do ninho da Renata. Os juvenis dos ninhos Malaquias, Pirilampa e Josefina têm treinado bastante os seus voos. Aguardamos pelo momento em que se vão emancipar mais 9 crias dos casais que seguimos atentamente.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

7 de Julho de 2010

Em relação às nossas cegonhas, as crias do ninho do Tobias continuam a crescer rapidamente, sendo alimentadas várias vezes por dia. As Renatas continuam a frequentar o ninho, apesar de praticarem os seus voos, enquanto que as Zacarias já raramente se avistam no ninho. Os voos das Malaquias e Pirilampas também deverão estar para breve.

Curiosidade alentejana

Na zona de Castro Verde, no coração da planície alentejana, a escassez de locais para a construção de ninhos é uma evidência, sendo frequentes as colónias de cegonhas-brancas, garças-cinzentas, e garças-boieiras em grandes árvores dispersas pela planície. É também relativamente comum os ninhos de cegonhas-brancas serem a poucos metros do solo, em postes baixos, bidons, pivots de rega, fardos de palha ou telhados abandonados. Mas este ano foi observado um comportamento insólito para esta espécie, uma cegonha-branca a construir um ninho no solo!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Invasão e roubo no ninho da Renata

Olá a todos.
De facto ontem de manhã viveram-se momentos complicados no ninho da Renata.

Uma cegonha adulta, aproveitando que a família deixa o ninho vazio, pousa e rouba material. É provável que tenha o ninho muito perto, pois torna a voltar e a roubar mais material, várias vezes, em espaços de 2-3 minutos.
Num desses momentos em que se encontra no ninho, impede várias vezes que os donos deste pousem.

Aproveitando um momento em que o intruso se ausenta, um juvenil assenta no ninho impedindo que intruso retorne novamente e permitindo que os seus parentes pousem. Um dos seus irmãos, extenuado do vôo forçado demorado, aterra e mantém-se imóvel durante algum tempo. O irmão que reconquistou o ninho, parece preocupado com a imobilidade do irmão, mas passado alguns momentos este último recupera e tudo acaba bem. É possível ver o vídeo resumo em cegonhasnaweb.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Necessidades alimentares

Os intervalos de tempo entre alimentações fornecidas pelos progenitores são cada vez mais largos nos ninhos das Zacs e Renatas, visto que o período em que as necessidades alimentares são maiores se situa entre o 15º e o 45º dia.

As Zacs estão já com cerca de 80 dias de vida e as Renatas com cerca de 73 dias, aproximando-se o momento da independência.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Resumo do dia

Durante o dia de hoje os juvenis ausentaram-se várias vezes do ninho, para os seus treinos de vôo - estão cada vez mais peritos nas manobras, - mas regressaram para serem alimentados pelos progenitores.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Ponto da situação

Durante o dia de ontem verificaram-se vários roubos de material no ninho da Renata, quando este se encontrava vazio.

Um casal adulto passou ontem algumas horas no ninho Tretinhas, mas já não irão a tempo de se reproduzirem este ano.

Balantinha continua a estar pelo ninho, mas só.

Relativamente a todos os outros pousos seguidos, as ninhadas mais recentes (como os Tobias e Josefinas) já são deixadas sozinhas no ninho enquanto os progenitores se ausentam para recolher alimento; nas ninhadas mais velhas (como os Zacarias e Renatas) os juvenis ausentam-se com frequência do ninho para treinar a sua técnica de vôo e provavelmente os seus conhecimentos de caça, mas ainda são, pelo menos parcialmente, alimentados com regurgitações.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

“É normal que no fim do 1º vôo as crias não voltem ao ninho?”

Foi-nos perguntado na 6ª feira se “É normal que no fim do 1º vôo as crias não voltem ao ninho?”
Efectivamente, de uma forma geral, as crias voltam ao ninho após o primeiro vôo, pois ainda não são totalmente independentes - ainda não dominam completamente a coordenação no voo e as técnicas de caça ainda não estão treinadas.
Como já referido aqui, depois de saírem do ninho, os juvenis seguem os pais até às zonas de alimentação, sendo por vezes alimentados nesse local, voltando geralmente ao ninho para pernoitar e para serem alimentados.

“Como é que as jovens cegonhas bebem água?”

Relativamente à questão que nos foi colocada de “Como é que as cegonhas bebés bebem água?” podem consultar o ‘post’ colocado a 27 de Abril de 2010, em ‘Dicas dos Biólogos’.
Os juvenis já deverão ingeri-la também directamente quando visitam os locais de alimentação.

Hoje já foram vistos os 3 juvenis no ninho da Renata, um deles está mais relutante em treinar o voo.
No ninho Zacarias 3 crias, embora já capazes de voar, ainda se alimentam, pelo menos parcialmente, de regurgitado que os progenitores descarregam no ninho.

Ataque nas Zacs?

Lms, relativamente ao momento registado pelas 20.30 de sexta no ninho Zacarias, cremos que se tratam de duas crias da mesma ninhada e não do ataque de uma intrusa. Isto porque os dois indivíduos têm tamanhos de bico e de corpo semelhantes, o que sugere que terão a mesma idade; o juvenil que já se encontrava no ninho não reage à chegada do outro juvenil como se se tratasse de uma ameaça ou intrusão, mas antes com a calma e naturalidade de quem já conhece o outro e, por outro lado, o indivíduo que chega ao ninho não demonstra um comportamento agressivo/de defesa, mas antes alguma excitação e movimentos relacionados com exercitação das asas e/ou alguma descoordenação motora (por falta de experiência).

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Resumo semanal

Nesta semana de grandes decisões, tivemos oportunidade de espreitar os primeiros voos das crias dos dois casais que seguimos mais atentamente. As Renatas e as Zacarias bateram, finalmente, as asas e os ninhos já se encontram algumas vezes vazios. A fixação ao ninho será cada vez menor à medida que as pequenas cegonhas aprendem a caçar sozinhas. As crias Tobias continuam a crescer rapidamente, encontrando-se com cerca de 39 dias de idade. Aguardamos pelo crescimento destas crias de mais um casal com sucesso reprodutor nos condoninhos das linhas eléctricas da REN no Porto Alto.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Voo planado

Céu, os juvenis voadores conseguem efectuar voos planados tal como os pais, apesar da agilidade ser melhorada com a maturidade e consequente experiência de voo. Este tipo de voo permite-lhes efectuar movimentos amplos, sendo uma das características que possibilita a migração destas aves. O voo planado não implica dispendio de energia pois conseguem elevar-se e manter-se no ar apenas utilizando as correntes térmicas ascendentes.

As 3 Renatas já voam!

As Renatas voaram livremente pelos céus do Porto Alto hoje de manhã! Considerando o nascimento no dia 19 de Abril, as 3 crias da Bia e do Sebastião parecem ter sido mais precoces que as Zacarias e voaram com cerca de 66 dias de idade. Poucos minutos depois do primeiro voo, um progenitor voltou ao ninho e deu início a uma operação de limpeza, que pode ser observada em youtube.com/cegonhasnaweb.

O voo das 3 Zacarias!

O primeiro voo de mais 2 crias Zacarias já pode também ser visualizado em youtube.com/cegonhasnaweb.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

As 3 Zacarias já voam!

Os 3 juvenis do casal Zacarias já voam!
A primeira cria que se emancipou no dia 19, foi observada novamente no ninho nos dias seguintes, até que hoje os restantes irmãos lhe seguiram os passos.
O retorno do primeiro juvenil foi comprovado com alguns zooms aos bicos das 4 aves que estavam presentes no dia 21, constatando-se os tamanhos mais pequenos e as colorações ligeiramente mais escuras dos bicos das crias em comparação com a do progenitor de bico claramente maior e vermelho. Os progenitores e as crias apresentam agora bastantes semelhanças físicas, o que torna muito difícil a sua distinção. Este video pode ser visualizado em youtube.com/cegonhasnaweb.
Os juvenis são completamente independentes cerca dos 90 dias de vida (entre 80 a 105 dias).

terça-feira, 22 de junho de 2010

Progenitor Zacarias

Emília, no video do primeiro voo da cria Zacarias, o progenitor é a ave que está mais à esquerda. A luminosidade coloca algumas dúvidas mas, ao segundo 54, repare no maior tamanho do bico desta ave comparativamente às outras duas do lado direito. Outras ajudas à identificação podem ser a plumagem mais suja e a demonstração de um comportamento mais atento em relação ao juvenil voador.

Crias a exercitar as asas

Os treinos de voo das crias podem também ser vistos em youtube.com/cegonhasnaweb!

O primeiro voo da cria Zacarias

Depois de muitos treinos de voo no ninho, pudemos observar uma cria do casal Zacarias a deixar o ninho, pela primeira vez, durante o fim-de-semana passado. Normalmente, as crias tornam-se juvenis voadores entre os 54 e os 68 dias de vida. Tendo em consideração que o primeiro ovo do casal terá eclodido no dia 12 de Abril, esta cria mais velha efectuou o seu primeiro voo livre aos 68 dias de idade, no dia 19 de Junho. Podem espreitar o vídeo em youtube.com/cegonhasnaweb. Depois de sairem do ninho, os juvenis seguem os pais até às pastagens mais próximas, sendo por vezes alimentadas nesse local, contudo geralmente voltam aos ninho para pernoitar e para serem alimentados durante mais uma ou duas semanas.

Evolução da coloração do bico das crias

Relativamente à questão colocada pela Maria (Porto), não existe informação sobre o tempo exacto que demora a cor negra do bico das crias a tornar-se vermelha alaranjada. Sabe-se que a cor negra vai sendo sbstituída gradualmente pela vermelha à medida que as crias se tornam maturas, mas pensa-se que este período possa variar entre indivíduos. De acordo com as observações do casal Zacarias, a cria mais velha (com cerca de 71 dias de idade) apresenta já uma tonalidade bastante avermelhada do bico.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Últimos treinos de vôo

Esta foi uma semana de intensa actividade para as crias dos vários ninhos, especialmente para as dos ninhos Zacarias e Renata que têm exercitado imenso as asas, conseguindo algumas delas elevar-se alguns metros na vertical. Durante as últimas semanas as crias sofreram alterações enormes, assemelhando-se fisicamente e comportalmente aos seus progenitores. Dentro de alguns dias poderemos finalmente observar os seus primeiros vôos e com eles o início de outra etapa do seu ciclo de vida.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Voo forçado III

As buscas em redor não permitiram ver sinais da cria nas imediações, o que nos leva a crer que ela de uma forma um pouco atribulada se emancipou. O video do voo forçado já se encontra no canal do youtube, Cegonhas na Web.

Voo forçado II

As crias de cegonha branca aventuram-se no voo entre os 54 e os 68 dias de vida. As nossas Zacarias têm cerca de 57 dias. A falta de experiência de voo poderá estar a dificultar o regresso da cria, sendo-lhe difícil ganhar altitude.

Voo forçado

As crias do ninho do Zacarias foram surpreendidas por uma cegonha adulta enquanto descansavam, o que levou ao desiquilíbrio de uma delas. Como as crias desse ninho estão já em idade de voar e pela direcção que a cria tomou, provavelmente tudo correu pelo melhor, tendo aterrado em segurança no seu primeiro voo, ainda que um pouco forçado. Aquele local é vedado, não havendo o perigo de animais domésticos ou silvestres atrapalharem a cria.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Resposta ao desafio 08-06-2010

Como a Clara referiu, e bem, as penas são compostas de uma proteína chamada queratina. Esta proteína constituei também o bico das aves! Os nossos pelos e unhas são também compostos pela mesma proteína, tal como os cascos dos Ungulados ou o corno dos rinocerontes.

Desafio 08-06-2010

E que tal um desafio?! Qual será o material que constituiu as penas? Haverá no mundo animal mais estruturas com a mesma composição?

segunda-feira, 7 de junho de 2010

7 de Junho de 2010

Os exercícios de preparação para os primeiros voos continuam intensos no ninho do Zacarias e no ninho da Renata. A primeira aventura pelos céus do Porto-Alto estará para breve. As crias do Tobias, sendo as mais novas, parecem ter sofrido com o calor que se fez sentir. Durante a tarde, os porgenitores esforçaram-se arduamente para manter as crias frescas mexendo constantemente no material vegetal do ninho.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Por que é que as cegonhas preferem sítios altos para fazerem o ninho, como árvores grandes, postes de electricidade, chaminés e telhados?

Embora não esteja provado, os ornitólogos acreditam que esta espécie prefere nidificar em sítios altos para evitar predadores terrestres e para ver melhor os predadores aéreos a aproximarem-se.

Até que idade vivem as cegonhas-brancas?

A cegonhas vivem em média 20 a 30 anos no meio natural. O máximo registado em cativeiro foi de 48 anos.
As classes etárias com maior número de indivíduos na população são, geralmente, as dos 4 aos 9 anos.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Exitem cegonhas residentes em Porto Alto? II

Em geral, os indivíduos migradores de cegonha-branca chegam a Portugal continental em Janeiro e começam a migração para Sul (África) no fim de Setembro. É quase certo que indivíduos observados por cá entre Outubro e Dezembro correspondam a cegonhas residentes. As observações de Dezembro da Luisa Moreira (Porto Alto) indiciam um comportamento reprodutor bastante precoce. De facto, existe uma tendência para populações residentes iniciarem a reprodução mais cedo que as populações migradoras da mesma espécie (este facto ocorre em várias espécies de aves).

Exitem cegonhas residentes em Porto Alto?

Existe uma tendência crescente de fixação das populações ibéricas invernantes, que gradualmente têm alterado os seus hábitos migradores, tornando-se mais sedentárias, por isso é provável que alguns casais de Porto Alto, à semelhança de outras regiões apresentem já indivíduos residentes. Os motivos da alteração gradual dos seus hábitos migratórios prendem-se essencialmente com a crescente disponibilidade de alimento.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Os olhos das cegonhas

Como vemos nas imagens, as cegonhas têm os olhos pretos. Por vezes vemos as pálpebras, finas membranas quase translúcidas que envolvem o olho, e que dão uma tonalidade quase azul aos olhos.

Produtividade dos ninhos

Fazendo as contas, este ano os ninhos estão com uma boa produtividade! Temos dois ninhos com 4 crias (prestem a tornarem-se independentes), as Patuscas e as Zacarias e sete ninhos com 3 crias: Renatas, Tobias, Malaquias, Pirilampa, Cuscas, Josefina e Xica. Destas cegonhas, as Tobias ainda estão numa fase delicada do crescimento, e são aquelas que nos merecem maior atenção. Por oposição a este cenário temos os ninhos da Balantinha e Tretinhas que este ano não se estão a reproduzir.

Desenvolvimento das crias

As cegonhas têm vindo a crescer de dia para dia! Apesar da maior parte das crias estar numa fase já bastante desenvolvida, ainda vemos diferenças notórias entre elas. Algumas já experimentam as asas e tentam os primeiros saltos no ar – notamos que ainda são desajeitadas, mas a cada dia vão aperfeiçoando a técnica. Por outro lado, temos as Tobias, as caçulas, que temos a oportunidade de ver a crescer de perto!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Patuscas

No ninho das Patuscas estão 4 crias um pouco mais novas que as Renatas! Nas imagens que nos têm chegado é possível confirmar que existem, pelo menos, duas ninhadas com 4 cegonhitas - as Patuscas e as Zacarias.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Material para refrescar o ninho

Os progenitores transportam alimento para as crias mas também material novo e fresco para a "cama" do ninho, o que permite arrefecer as crias, mantendo a temperatura quando está muito calor. Pensa-se que este material pode, por vezes, constituir também uma fonte de alimento, uma vez que na palha, musgo, etc. existem insectos, dos quais se alimentam as cegonhas.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Crias Zacarias

As 3 crias Zacarias têm, hoje, cerca de 1 mês e 9 dias de idade.
Isto quer dizer que o período crítico de 3 semanas, em que os cuidados parentais são mais intensos pois as crias são muito pequenas e necessitam de maior acompanhamento, já foi ultrapassado, verificando-se mais regularmente a ausência dos 2 progenitores, como foi referido pelo Lms@.
A alimentação pelos progenitores continuará a ser efectuada até cerca das 8 semanas de vida, sendo que as pequenas aves realizarão o seu primeiro voo entre os 8 e as 12 semanas.

Alimentação da cegonha-branca (2/2)

Em zonas de maior concentração de alimento, as cegonhas costumam aglomerar-se. Este
comportamento é uma resposta à pressão dos predadores, que assim as torna menos vulneráveis a um ataque, mas também constitui uma estratégia de procura de alimento mais eficiente.

Durante este processo, localizam visualmente a presa e apanham-na do chão, de águas rasas ou de plantas, enquanto caminham ou correm quando se aproximam da presa.
Os pequenos mamíferos e insectos são capturados através da espera em frente à cavidade onde a presa de esconde, com, por vezes, uma pata ligeiramente levantada do chão e o bico apontado para a cavidade.
Os anfíbios e outros organismos aquáticos que vivem em águas rasas com lodo são localizadas pela vibração do bico usando o tacto, com o bico a mover-se na água e abrindo e fechando rapidamente as mandíbulas.
Os invertebrados do solo são apanhados através de sondagem com o bico fechado no solo a alguns cm de profundidade.
Os insectos voadores e outras aves são capturados no ar, com movimentos de rotação rápida do bico.
Ocasionalmente, a cegonha-branca é parasita, pois, por exemplo, persegue guinchos (espécie de gaivota) até que estes deixem cair as suas presas.

Curiosidades:
- Quando o alimento é abundante, apanha até 24 presas pequenas por minuto;
- Quando a presa está suja ou tem muito pêlo, as cegonhas lavam-na num ponto de água próximo do local.

Alimentação da cegonha-branca (1/2)

Não tem sido possível confirmar as presas que as cegonhas levam para o ninho.

Devido à visão extremamente desenvolvida, às técnicas de caça não especializadas e ao elevado nível de oportunismo na seleçcão das presas, as cegonhas-brancas podem explorar um vasto leque de recursos alimentares, dependendo da disponibilidade e localização. Em anos de seca, alimentam-se maioritariamente de insectos; em anos de abundância de pequenos roedores, são estes as presas preferenciais; e, em zonas húmidas, alimentam-se maioritariamente de organismos aquáticos.
Contudo, a dieta varia muito entre épocas do ano e pode estar relacionada com as actividades agrícolas (lavra, ceifa e colheita) na região.

As presas preferenciais são de origem animal: insectos (especialmente besouros, grilos, gafanhotos, etc), larvas de dípteros (família das moscas), anfíbios (sapos, rãs e girinos), répteis (cobras e lagartixas), pequenos mamíferos (roedores, toupeiras, jovens ratazanas, doninhas, etc), anelídeos (minhocas, etc), crustáceos (lagostins, etc), moluscos, etc. Podem também alimentar-se de crias e ovos de aves que nidificam no solo e de cadáveres. Em Portugal, as cegonhas recorrem também com alguma frequência a desperdícios gerados pelo Homem e que são obtidos em lixeiras e aterros municipais.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Hora do nascimento do Tobias III

Na verdade, o Tobias III terá nascido algures depois das 21h02 e antes das 7h23 - o video, como diziamos, mostra o 'antes' e o 'depois' da cria ter saído completamente da casca, não mostra o nascimento. Às 7:23 a cria já tinha saído da casca totalmente.

Hora do nascimento do Tobias III

Clara é verdade, o vídeo mostra o antes e o depois. Os últimos momentos de vídeo de ontem das crias Tobias foram às 21h02, situação igual à das 20h54, depois de cuidadosamente analisada. Não há mesmo outra cabeça, além das 2 das outras crias, lamentamos. Nas fotos dos primeiros momentos de hoje, a cria já tinha saído da casca. No caso do Tobias II, pudemos ver mais fases.

Hora do nascimento do Tobias III

Clara, o nascimento do 3º Tobias ocorreu mais tarde que as 21h, como podemos constatar no vídeo ‘Tobias III’.

Tobias III

Quem ainda não teve oportunidade de ver o 3º rebento dos Tobias nascido esta noite, pode espreitar o vídeo em youtube.com/cegonhasnaweb.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

distinção de sexos nas crias

Não é possível distinguir morfologicamente o sexo enquanto crias, pois não têm dimorfismo sexual. Sobre a distinção entre sexos na idade adulta, podem consultar o artigo postado a 7 de Abril de 2010 (“Cegonha-branca - Distinção entre sexos”).

"Quando morre um filhote de cegonha, o que fazem os pais em relação ao corpo da cria morta?"

Não temos registos em Portugal do comportamento da cegonha-branca quando uma cria da sua ninhada morre, contudo, o comportamento registado para a população da Holanda no vídeo indicado - em que o progenitor atira o cadáver da cria para fora do ninho - é transponível para o cenário português, visto que é comum verem-se crias mortas de baixo de ninhos.

"Este ano está mais produtivo em termos de crias"?

Respondendo à questão de ontem, do Pedro (Lisboa) sobre se este ano está mais produtivo em termos de crias: Relativamente ao que foi possível observar durante o projecto no ano anterior, este ano os casais têm efectivamente mais crias. Por outro lado, quando comparado com monitorizações de cegonha-branca feitas nesta região do país, verifica-se que 2010 está a ser um ano de maior sucesso reprodutor. No entanto, as cegonhitas ainda são totalmente dependentes dos progenitores, pelo que ainda é prematuro tirar conclusões definitivas.