terça-feira, 30 de novembro de 2010

Mensagem de Boas-vindas

Olá a todos os que já por cá andam há algum tempo e aos que são novos aqui pelo forúm. Estamos sempre disponíveis para responder às vossas perguntas sobre o webcegonhas. Aos recém-chegados informamos que a rúbrica 'dicas dos biólogos' tem já muitas curiosidades!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Resposta ao Desafio - CBD

Olá a todos. Retomamos o tema da Convenção sobre a Diversidade Biológica, que diz respeito às cegonhas, lagostins e todos nós. Obrigado pela resposta ao desafio, Emília (Bucelas)!


O que é a CDB?
A Convenção sobre a Diversidade Biológica é um tratado internacional para a conservação da diversidade biológica, o uso sustentável dos componentes da biodiversidade e a partilha justa e equitativa dos benefícios resultantes da utilização dos recursos genéticos. Portugal ratificou a Convenção em 1993, pelo Decreto-Lei nº 21/93, de 29 de Junho.

Porque é importante?
Actualmente, devido à acção humana, a perda de biodiversidade tem sido acelerada. O que entre, outras implicações, afecta o desenvolvimento sócio-económico das nações e a sobrevivência do Homem, visto que se estima que no mínimo 40% da economia mundial e 80% das necessidades das populações dependem dos recursos biológicos. Com a perda de biodiversidade, perdem-se também hipóteses de descobrir novos fármacos, fontes de alimento, aplicações bio-tecnológicas e possibilidades de desenvolvimento económico.
Impõem-se assim, medidas e acções urgentes e integradas que responsabilizem todos os intervenientes, para uma utilização mais sustentável e conservadora da biodiversidade.

Quem envolve?
A CDB tem uma participação quase universal entre os países visto que é composta por 193 partes! Visa atingir os seus objectivos através do envolvimento activo e total das partes interessadas/intervenientes, que incluem também as comunidades locais, as organizações não governamentais e as empresas.

O que traz de diferente?
Abrange-se pela primeira vez, num acordo, todos os campos da biodiversidade: além dos habitats e ecossistemas, das espécies e comunidades, também os genes e genomas. Procura harmonizar o desenvolvimento com a necessidade de conservação, procurando a partilha justa e equitativa das responsabilidades ambientais, através da cooperação científica e técnica entre os países, acesso a recursos genéticos e financeiros e transferência de tecnologias limpas.

O que resultou do 10º Encontro das Partes para a Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB COP10)?
Respondendo à vossa pergunta: no encontro que decorreu em Nagoya (Japão) e que envolveu 193 partes representadas por 18 000 participantes, os governos acordaram um pacote de medidas que envolveu a adopção de um novo Plano Estratégico para guiar os esforços nacionais e internacionais para salvar a biodiversidade e atingir os objectivos da CDB.

Eis alguns dos principais acordos estabelecidos entre as partes neste encontro:
- diminuição em pelo menos metade da taxa de perda de habitats naturais, incluindo as florestas, procurando trazer esse valor para próximo de zero.
- protecção de 17% de território terrestre e águas interiores e 10% de áreas costeiras e marinhas.
- recuperação de pelo menos 15% de áreas degradadas através de acções de conservação/recuperação.
- os governos acordaram também num aumento substancial do financiamento para suportar a implementação da Convenção.


Mais informações sobre a Convenção em www.cbd.int .

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Desafio - CBD

Olá a todos. É cada vez mais notório que a biodiversidade está na ordem do dia. De 18 a 29 de Outubro deste ano decorreu o 10º Encontro das Partes para a Convenção sobre a Diversidade Biológica (CBD COP10), do qual resultaram importantes resultados.
Alguém sabe em que consiste a Convenção sobre a Diversidade Biológica?

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Resposta ao desafio - Como bebem as aves?

 As aves têm diferentes métodos de beber água, dependendo do tipo de bico que têm, da quantidade de água que precisam e da forma como a água é disponibilizada.

Muitas aves pequenas usam as gotas de orvalho como fonte de água. Aves com bicos volumosos, como os pelicanos, são vistas a beber água da chuva abrindo simplesmente o bico para o céu, para recolher o líquido. Outras aves há, como os pombos, que bebem da mesma maneira que os cavalos, imergindo o bico dentro de água e sugando-a.


Cegonha bebendo água.
 
As cegonhas e os maçaricos, entre outras espécies, são vistos frequentemente a beber água enchendo o maxilar inferior e inclinando a cabeça para trás para que o líquido escorra pela garganta. A maioria das aves marinhas, que passa muito tempo sem acesso a água doce, bebe simplesmente a água do mar; têm a preciosa ajuda de 'glândulas do sal', localizadas nos nostrilos (narinas), que filtram o excesso de sal da corrente sanguínea. Algumas espécies de beija-flor praticamente não precisam beber água, porque a sua dieta de néctar já os hidrata o suficiente.

Desafio - Como bebem as aves?

Olá a todos. A propósito do estudo realizado sobre como bebem os gatos podemos transportar o tema para aqui e colocar uma nova questão: Como bebem as aves?

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Resposta ao desafio - Espécies exóticas/espécies invasoras

Olá a todos.
Excelente resposta Luísa Moreira (Lisboa), muito completa.
Como o João (P) diz e muito bem a batata (Solanum tuberosum) e o Jacinto-de-água (Eichhornia crassipes) são duas espécies exóticas – a batata é originária da América do Sul (Bolivia, Chile e Perú) e o Jacinto-de-água provem da Amazónia, mas apenas o Jacinto-de-água se revelou uma espécie invasora.



Ilustração de um dos impactos mais comuns da presença de espécies invasoras:
a perda de biodiversidade.

Uma espécie ‘alóctone ‘/’exótica’/’não-indígena’ é a que ocorre numa região que não corresponde à sua área de distribuição natural, ao contrário das espécies ‘autóctones’/’locais’/’indígenas’.
As espécies exóticas invasoras são apenas aquelas exóticas que se expandem de forma excessiva “roubando” recursos naturais necessários à sobrevivência das espécies locais e provocando alterações consideráveis nos ecossistemas. Em todos os grupos de seres vivos pode ocorrer esta situação, desde os microscópicos aos macroscópicos.

Podemos acrescentar outros exemplos de espécies florísticas invasoras em Portugal, como: Mimosas ou Acácias (várias espécies do género Acacia sp.), o Chorão-das-praias (Carpobrotus edulis), a Cana (Arundo donax). A nível de fauna, a Perca-sol (Lepomis gibbosus), a Gambúsia (Gambusia holbrooki), a Tartaruga-da-Florida (Trachemys scripta) e o Lagostim-vermelho-da-Louisiana (Procambarus clarkii) (do qual falámos há uns dias), são alguns casos de invasoras.

O principal agente introdutor de espécies exóticas é, de facto, o Homem, às vezes de forma propositada, como no caso do Jacinto-de-água que foi introduzido inicialmente como planta ornamental, e no caso da Perca-sol , peixe introduzido nos rios para controlar as larvas de mosquitos e para fomento piscícola, mas que predam e competem com as espécies de peixes autóctones, algumas das quais endémicas de Portugal (ou seja, de distribuição restrita ao nosso país). Outras vezes, as espécies exóticas são introduzidas acidentalmente, como é o caso da Alga-verde (Caulerpa taxifolia), usada em aquariofilia, introduzida através dos esgotos, em estuários.

Impactos: A introdução de espécies exóticas numa dada região pode criar situações de predação ou competição com espécies nativas, a transmissão de agentes patogénicos ou de parasitas à fauna/flora locais e afectar gravemente a biodiversidade, as actividades económicas ou a saúde pública, com prejuízos irreversíveis e de difícil contabilização. Quando é necessário controlar ou erradicar espécies introduzidas que se tornaram invasoras, o processo é geralmente complexo e dispendioso. No entanto, não podemos ignorar que a introdução de algumas espécies não indígenas e a sua exploração revelaram-se factores importantes para o desenvolvimento da economia nacional, particularmente para o aumento da variedade e disponibilidade dos recursos alimentares, como é o caso da batata (já aqui referida) e do milho.

Por esse motivo, foi criado na legislação portuguesa o Decreto-Lei nº 565/99, de 21 de Dezembro, que regula a introdução na Natureza de espécies não indígenas da flora e da fauna e inclui uma lista das espécies não indígenas introduzidas em Portugal continental, com carácter invasor.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Desafio - Espécies exóticas/espécies invasoras

Relativamente ao facto do Lagostim-vermelho-da-Louisiana ser uma espécie exótica invasora, importa salientar que nem todas as espécies exóticas são invasoras.
Aproveitamos para vos convidar a descobrir a diferença entre ambas! É um desafio para o fim-de-semana.

A maior causa de mortalidade juvenil da cegonha-branca

Retomando os estudos científicos que se fazem sobre a cegonha-branca, damos conta de mais uma descoberta.

Um estudo alemão publicado este ano dá conta que a pneumonia por infecção fúngica é a maior causa de mortalidade nas jovens crias de cegonha-branca, obstruindo e comprimindo as suas vias respiratórias. Aspergillus fumigatus e vários zygomycetes foram identificados como os agentes primários causadores da infecção numa amostra de 101 crias encontradas mortas.

À semelhança do que ocorre nas aves de capoeira, a pneumonia fúngica poderá ter um papel preponderante na mortalidade dos indivíduos até às 3 semanas de idade, período em que são particularmente susceptíveis às mudanças climatéricas.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O que aconteceu por cá desde Março?

Olá a todos.

Aproveitando a presença das nossas amigas cegonhas de dia nos ninhos e para contextualizar quem por aqui se inicia, fazemos agora um breve resumo deste projecto e do que se passou nos últimos meses.


O projecto Webcegonhas iniciou-se em Março de 2009, tendo o número de ninhos observados aumentado substancialmente em 2010.


Em Março deste ano pudemos observar a recuperação dos ninhos já construídos através da acumulação de novos galhos engenhosamente entrelaçados, e várias cópulas dentro dos vários casais que seguimos. No final desse mês os casais mais ‘adiantados’ começaram a pôr ovos e incubaram-nos até meio de Abril, altura em que nasceram as suas primeiras crias. Os progenitores multiplicaram-se em cuidados parentais, entre a incubação e a regurgitação de alimentos que traziam depois de breves períodos de ausência do ninho, para as crias sempre famintas.


O rápido crescimento das crias, o desenvolvimento da sua penugem, os primeiros exercícios de asas foram atentamente seguidos. No tempo progressivamente maior que ficavam sós nos ninhos, as cegonhitas começaram os exercícios de voo - estávamos em meados de Junho. A partir daí as jovens cegonhas dividiram-se entre treinos intensivos de voo, paragens no ninho para descanso e alimentação pelos progenitores, e ensaios de caça nas zonas de alimentação nas proximidades do ninho. A ausência dos ninhos foi sendo cada vez maior, até deixarem de aparecer de dia nos mesmos, durante o Verão.


Por agora é tempo de ver alguns casais que não migraram a ocuparem novamente os seus ninhos durante o dia e reforçarem os seus laços com lindos rituais de cortejamento e algumas cópulas.