segunda-feira, 31 de maio de 2010

Exitem cegonhas residentes em Porto Alto? II

Em geral, os indivíduos migradores de cegonha-branca chegam a Portugal continental em Janeiro e começam a migração para Sul (África) no fim de Setembro. É quase certo que indivíduos observados por cá entre Outubro e Dezembro correspondam a cegonhas residentes. As observações de Dezembro da Luisa Moreira (Porto Alto) indiciam um comportamento reprodutor bastante precoce. De facto, existe uma tendência para populações residentes iniciarem a reprodução mais cedo que as populações migradoras da mesma espécie (este facto ocorre em várias espécies de aves).

Exitem cegonhas residentes em Porto Alto?

Existe uma tendência crescente de fixação das populações ibéricas invernantes, que gradualmente têm alterado os seus hábitos migradores, tornando-se mais sedentárias, por isso é provável que alguns casais de Porto Alto, à semelhança de outras regiões apresentem já indivíduos residentes. Os motivos da alteração gradual dos seus hábitos migratórios prendem-se essencialmente com a crescente disponibilidade de alimento.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Os olhos das cegonhas

Como vemos nas imagens, as cegonhas têm os olhos pretos. Por vezes vemos as pálpebras, finas membranas quase translúcidas que envolvem o olho, e que dão uma tonalidade quase azul aos olhos.

Produtividade dos ninhos

Fazendo as contas, este ano os ninhos estão com uma boa produtividade! Temos dois ninhos com 4 crias (prestem a tornarem-se independentes), as Patuscas e as Zacarias e sete ninhos com 3 crias: Renatas, Tobias, Malaquias, Pirilampa, Cuscas, Josefina e Xica. Destas cegonhas, as Tobias ainda estão numa fase delicada do crescimento, e são aquelas que nos merecem maior atenção. Por oposição a este cenário temos os ninhos da Balantinha e Tretinhas que este ano não se estão a reproduzir.

Desenvolvimento das crias

As cegonhas têm vindo a crescer de dia para dia! Apesar da maior parte das crias estar numa fase já bastante desenvolvida, ainda vemos diferenças notórias entre elas. Algumas já experimentam as asas e tentam os primeiros saltos no ar – notamos que ainda são desajeitadas, mas a cada dia vão aperfeiçoando a técnica. Por outro lado, temos as Tobias, as caçulas, que temos a oportunidade de ver a crescer de perto!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Patuscas

No ninho das Patuscas estão 4 crias um pouco mais novas que as Renatas! Nas imagens que nos têm chegado é possível confirmar que existem, pelo menos, duas ninhadas com 4 cegonhitas - as Patuscas e as Zacarias.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Material para refrescar o ninho

Os progenitores transportam alimento para as crias mas também material novo e fresco para a "cama" do ninho, o que permite arrefecer as crias, mantendo a temperatura quando está muito calor. Pensa-se que este material pode, por vezes, constituir também uma fonte de alimento, uma vez que na palha, musgo, etc. existem insectos, dos quais se alimentam as cegonhas.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Crias Zacarias

As 3 crias Zacarias têm, hoje, cerca de 1 mês e 9 dias de idade.
Isto quer dizer que o período crítico de 3 semanas, em que os cuidados parentais são mais intensos pois as crias são muito pequenas e necessitam de maior acompanhamento, já foi ultrapassado, verificando-se mais regularmente a ausência dos 2 progenitores, como foi referido pelo Lms@.
A alimentação pelos progenitores continuará a ser efectuada até cerca das 8 semanas de vida, sendo que as pequenas aves realizarão o seu primeiro voo entre os 8 e as 12 semanas.

Alimentação da cegonha-branca (2/2)

Em zonas de maior concentração de alimento, as cegonhas costumam aglomerar-se. Este
comportamento é uma resposta à pressão dos predadores, que assim as torna menos vulneráveis a um ataque, mas também constitui uma estratégia de procura de alimento mais eficiente.

Durante este processo, localizam visualmente a presa e apanham-na do chão, de águas rasas ou de plantas, enquanto caminham ou correm quando se aproximam da presa.
Os pequenos mamíferos e insectos são capturados através da espera em frente à cavidade onde a presa de esconde, com, por vezes, uma pata ligeiramente levantada do chão e o bico apontado para a cavidade.
Os anfíbios e outros organismos aquáticos que vivem em águas rasas com lodo são localizadas pela vibração do bico usando o tacto, com o bico a mover-se na água e abrindo e fechando rapidamente as mandíbulas.
Os invertebrados do solo são apanhados através de sondagem com o bico fechado no solo a alguns cm de profundidade.
Os insectos voadores e outras aves são capturados no ar, com movimentos de rotação rápida do bico.
Ocasionalmente, a cegonha-branca é parasita, pois, por exemplo, persegue guinchos (espécie de gaivota) até que estes deixem cair as suas presas.

Curiosidades:
- Quando o alimento é abundante, apanha até 24 presas pequenas por minuto;
- Quando a presa está suja ou tem muito pêlo, as cegonhas lavam-na num ponto de água próximo do local.

Alimentação da cegonha-branca (1/2)

Não tem sido possível confirmar as presas que as cegonhas levam para o ninho.

Devido à visão extremamente desenvolvida, às técnicas de caça não especializadas e ao elevado nível de oportunismo na seleçcão das presas, as cegonhas-brancas podem explorar um vasto leque de recursos alimentares, dependendo da disponibilidade e localização. Em anos de seca, alimentam-se maioritariamente de insectos; em anos de abundância de pequenos roedores, são estes as presas preferenciais; e, em zonas húmidas, alimentam-se maioritariamente de organismos aquáticos.
Contudo, a dieta varia muito entre épocas do ano e pode estar relacionada com as actividades agrícolas (lavra, ceifa e colheita) na região.

As presas preferenciais são de origem animal: insectos (especialmente besouros, grilos, gafanhotos, etc), larvas de dípteros (família das moscas), anfíbios (sapos, rãs e girinos), répteis (cobras e lagartixas), pequenos mamíferos (roedores, toupeiras, jovens ratazanas, doninhas, etc), anelídeos (minhocas, etc), crustáceos (lagostins, etc), moluscos, etc. Podem também alimentar-se de crias e ovos de aves que nidificam no solo e de cadáveres. Em Portugal, as cegonhas recorrem também com alguma frequência a desperdícios gerados pelo Homem e que são obtidos em lixeiras e aterros municipais.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Hora do nascimento do Tobias III

Na verdade, o Tobias III terá nascido algures depois das 21h02 e antes das 7h23 - o video, como diziamos, mostra o 'antes' e o 'depois' da cria ter saído completamente da casca, não mostra o nascimento. Às 7:23 a cria já tinha saído da casca totalmente.

Hora do nascimento do Tobias III

Clara é verdade, o vídeo mostra o antes e o depois. Os últimos momentos de vídeo de ontem das crias Tobias foram às 21h02, situação igual à das 20h54, depois de cuidadosamente analisada. Não há mesmo outra cabeça, além das 2 das outras crias, lamentamos. Nas fotos dos primeiros momentos de hoje, a cria já tinha saído da casca. No caso do Tobias II, pudemos ver mais fases.

Hora do nascimento do Tobias III

Clara, o nascimento do 3º Tobias ocorreu mais tarde que as 21h, como podemos constatar no vídeo ‘Tobias III’.

Tobias III

Quem ainda não teve oportunidade de ver o 3º rebento dos Tobias nascido esta noite, pode espreitar o vídeo em youtube.com/cegonhasnaweb.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

distinção de sexos nas crias

Não é possível distinguir morfologicamente o sexo enquanto crias, pois não têm dimorfismo sexual. Sobre a distinção entre sexos na idade adulta, podem consultar o artigo postado a 7 de Abril de 2010 (“Cegonha-branca - Distinção entre sexos”).

"Quando morre um filhote de cegonha, o que fazem os pais em relação ao corpo da cria morta?"

Não temos registos em Portugal do comportamento da cegonha-branca quando uma cria da sua ninhada morre, contudo, o comportamento registado para a população da Holanda no vídeo indicado - em que o progenitor atira o cadáver da cria para fora do ninho - é transponível para o cenário português, visto que é comum verem-se crias mortas de baixo de ninhos.

"Este ano está mais produtivo em termos de crias"?

Respondendo à questão de ontem, do Pedro (Lisboa) sobre se este ano está mais produtivo em termos de crias: Relativamente ao que foi possível observar durante o projecto no ano anterior, este ano os casais têm efectivamente mais crias. Por outro lado, quando comparado com monitorizações de cegonha-branca feitas nesta região do país, verifica-se que 2010 está a ser um ano de maior sucesso reprodutor. No entanto, as cegonhitas ainda são totalmente dependentes dos progenitores, pelo que ainda é prematuro tirar conclusões definitivas.

"No caso de se confirmar que realmente são buracos no ovo, é “normal” acontecer ou será sinal que este ovo já não vai eclodir ?"

Por enquanto é normal. O processo de eclosão pode demorar algum tempo. Neste ninho [Tobias], também para as outras duas crias foram observadas fracturas/buracos no ovo prévias a ter ocorrido eclosão completa. Os buracos resultarão provavelmente maioritariamente de bicadas da cria para furar a casca e se libertar. Por vezes, os progenitores ajudam no processo alargando os buracos com o bico.

Alimentação das crias

Respondendo à Maria (Porto), pudemos observar durante o dia 17 e 18 de Maio os progenitores do ninho Tobias revezarem-se para alimentar as pequenas crias. Existe também um vídeo recentemente colocado (Alimentação de uma cegonha recém-nascida) a registar um desses momentos da alimentação da cria.

novos vídeos

Olá a todos, informamos que foram já colocados mais vídeos sobre os nascimentos dos ‘Tobias’ em youtube.com/cegonhasnaweb.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A primeira cria do Tobias

Está confirmada a eclosão da primeira cria no ninho do Tobias! Foi possível vê-la por alguns instantes, e ao que parece deverá ter eclodido durante a noite, sendo ainda visível alguma humidade no material vegetal do ninho e parte da casca do ovo. O nascimento dos irmãos estará para breve. Quanto à pergunta da Emília, sim, elas começam logo a ser alimentadas, aliás, quanto mais cedo melhor!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Sobrevivência de crias de cegonha sem os progenitores - 2

Para além do caso referido pelo João, não temos conhecimento de casos concretos de crias de cegonha-branca que tenham sobrevivido só com o auxílio de humanos, mas é natural que já tenha acontecido mais vezes. Os centros de recuperação de animais selvagens recolhem animais feridos e debilitados, inclusivamente cegonhas-brancas.
No entanto, a alimentação fornecida pelos progenitores e a frequência dos cuidados prestados por estes é normalmente mais equilibrada do que a que pode ser fornecida pelos humanos, respondendo melhor às necessidades das crias. Relacionado com este tema, pode ser consultada a nossa resposta de dia 13 de Maio “Sobrevivência de crias de cegonha sem os progenitores”.

Comportamento das crias de Cegonha-branca após os primeiros voos

Em resposta às perguntas do Pedro e da Luisa Moreira sobre o comportamento das crias após os primeiros voos:
As crias de Cegonha-branca começam a voar entre os 54 e os 68 dias de idade. Durante uma ou duas semanas, regressam ainda ao ninho para serem alimentadas e para passarem a noite. Também seguem os progenitores para os locais de alimentação, e por vezes são alimentadas aí. Durante esta fase aprendem a reconhecer bons locais de alimentação e a procurar alimento. Por volta dos 3 meses de idade tornam-se completamente independentes, podendo no entanto permanecer na área até iniciarem a migração.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

"… o que são rémiges?"

Em resposta à questão da Clara sobre as penas: Algumas penas de contorno desempenham um papel fundamental no voo das aves. É o caso das rémiges, que são penas longas e rijas que prolongam a superfície da asa. Funcionam como superfície de elevação e como impulsionadoras durante o voo. São frequentemente assimétricas, o lado posterior da pena é bastante mais largo, o que confere capacidade de sustentação. Dividem-se em primárias (ponta da asa), secundárias (zona central da asa) e terciárias (mais junto ao corpo da ave).
Outras penas essenciais ao voo são as rectrizes. As rectrizes são as penas da cauda e são mais simétricas que as rémiges. Estas penas são importantes na mudança de direcção e na redução da velocidade em voo.
As penas sofrem desgaste ao longo do tempo, pelo que têm de ser substituídas. A muda das penas de voo pode ser problemática para as aves, uma vez que reduz a capacidade de voo. Por este motivo, diferentes espécies desenvolveram diferentes estratégias, desde efectuarem a muda de todas as penas de voo ao mesmo tempo (ficando incapazes de voar por um curto período de tempo - é o caso dos patos) até estenderem a muda por vários anos. No caso da cegonha-branca, a muda de penas é completa ao fim de um ano.

Sobrevivência de crias de cegonha sem os progenitores

Em resposta às questões do Lms, João e Pedro: Se um dos progenitores desaparecer, o outro deverá continuar a alimentar as crias. No entanto, a frequência de entrega de alimentos às crias deverá diminuir e poderá não ser suficiente para suprir as necessidades de alimento de todas as crias. Em relação à questão de se as crias de cegonha que caem do ninho serem ou não alimentadas pelos progenitores, podem ocorrer ambas as situações. Se uma cria cair do ninho, e se se verificar que não está a ser alimentada pelos progenitores, pode ser recolocada no ninho se este for acessível e se as crias ainda forem bastante pequenas (se já forem mais crescidas pode haver o perigo de as restantes crias saltarem do ninho com a aproximação das pessoas, por isso o acesso ao ninho deve ser evitado). Em alternativa, pode ser entregue a um centro de recuperação de animais selvagens. Nestes locais, as aves selvagens são alvo de cuidados veterinários, recebem alimentação adequada e os contactos com os humanos são reduzidos ao mínimo, de modo a permanecerem "selvagens". Se tiverem contactos muito próximos com humanos, as aves podem não aprender a sobreviver sozinhas no meio natural (não conseguir encontrar alimento ou não evitar situações de perigo) e/ou identificar-se com os seres humanos em vez de se identificarem com a sua própria espécie. Quando isto acontece, a libertação posterior no meio natural é difícil e as probabilidades de sobrevivência são reduzidas. Poderá ter sido isto que aconteceu à cegonha Alice, que teve de ir para o Jardim Zoológico, segundo as informações do João (7 de Maio).

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Novidades

Há novidades no ninho Josefina, 3 crias apresentam-se ao mundo!
No ninho Xica aumenta para 3 o número de crias observadas!
Entretanto nos Patuscas, pelo menos uma cria já defeca para o exterior do ninho – deverão ter mais de 14 dias de idade.
As 3 crias Malaquias foram deixadas sozinhas no ninho e depois disso o progenitor regressou sem comida – tempos difíceis?
Tretinhas e Balantinha continuam sozinhos.
Tobias permanece na incubação dos ovos.

terça-feira, 11 de maio de 2010

"Há quantos anos acompanham as cegonhas?"

Este projecto em específico começou no início do ano passado, em Março. São já cerca de 15 meses de aventuras de cegonhas-brancas!
Mais detalhes sobre este projecto podem ser encontrados na secção “O projecto”.

"Qual a altura mais baixa registada dum ninho de cegonha?"

Eis outra pergunta feita. Resposta: Já foram observados ninhos de cegonha-branca no solo. Foram reportados pelo menos 12 casos conhecidos na Europa, até 1999.

“Existe alguma postura registada só com 1 ovo?”

Olá a todos! Respondemos a mais uma das perguntas colocadas. Desta vez, a pergunta era “Existe alguma postura registada só com 1 ovo?”.

Um estudo feito em Espanha, em 1986, registou, para 203 posturas, as seguintes frequências de ocorrência: 1 ovo (3.5%), 2ovos (6.9%), 3 ovos (29.1%), 4 ovos (48.3%), 5 ovos (11.8%), 6 ovos (0.5%).

segunda-feira, 10 de maio de 2010

“As aves têm penas com funções diferentes?”

Segue mais uma resposta ao desafio da semana passada! A pergunta era: “As aves têm penas com funções diferentes?” Resposta: Sim. Existem principalmente 6 tipos de penas: penas de contorno, plumas, semiplumas, filoplumas, plumas de pó e cerdas.
Penas de contorno - são as mais externas e as que dão a cor e a forma à ave; mantém o corpo seco, isolando-o da chuva; como são fortes e duras, suportam a ave durante o voo. Plumas - muito macias e fofas, criam um emaranhado que armazena bolsas de ar, mantendo a ave quente; são responsáveis por dar às crias a sua aparência fofa. Semiplumas - são penas intermédias entre penas de contorno e plumas; fornecem uma camada adicional de aquecimento e ajudam a manter a suavidade e aerodinamismo das formas da ave. Filoplumas - são sensoriais, auxiliando no controle dos movimentos das penas de contorno e localizando-se por baixo destas. Plumas de pó – as suas pontas desintegram-se num pó fino e resitente à água, contribuindo para a impermeabilização das penas; nem todas as espécies as possuem. Cerdas – são penas altamente especializadas, localizadas nas narinas (para filtragem de poeiras), nos olhos e bico (protecção dos olhos, enquanto consome a presa); as cerdas também podem fornecer sensibilidade táctil.
A plumagem chega a pesar 2 ou 3 vezes mais que o próprio esqueleto da ave, visto que, como tivemos ocasião de referir anteriormente, muitos dos seus ossos são ocos.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Que características específicas permitem às aves voar?

"O que possuem diferente dos outros animais, para além das asas, que lhes permite manterem-se e movimentarem-se no ar?"
As aves surgiram no Jurássico, originárias de répteis e foram sofrendo sucessivas adaptações ao longo dos tempos, que lhes possibilitaram a capacidade de voar. A característica mais notória é a presença de penas, que evoluíram a partir de escamas dos seus ancestrais e que possuem diferentes funções além do auxílio ao voo (termorregulação, protecção solar, ornamentação). Para combinar força com baixo peso e aerodinamismo necessários ao voo, passaram por várias outras modificações na sua estrutura. Houve fusão, atrofia e eliminação de alguns ossos, e pneumatização (esvaziamento) dos restantes, acompanhada de perda e atrofia de alguns órgãos. Isto permitiu-lhes tornarem-se mais leves e mais aerodinâmicas, juntamente com o desenvolvimento de um externo em forma de quilha, onde estão ancorados os fortes músculos das asas. O seu sistema respiratório também se adaptou, tornando-se maior em relação ao dos mamíferos, mais eficiente e mais complexo, ligado a alguns ossos pneumatizados e com um sistema de sacos aéreos (“extensões ” dos pulmões).
As aves podem voar batendo, para isso, as suas asas ou aproveitar correntes de ar ascendente para se elevarem. Certo é que o seu corpoaerodinâmico e leve, juntamente com as penas, é determinante nesta capacidade.

regurgitações

Em resposta ao Luís (Cascais): nesse momento o progenitor estava a regurgitar alimento. Esses movimentos repetidos resultam de contracções do aparelho digestivo, para fazer passar a comida no sentido contrário (do papo para o bico).

Desafio

Agradecemos a adesão ao desafio! Há ainda muito para dizer sobre estes animais. Procuraremos responder às perguntas durante este e os próximos dias.

Desafio

Bom dia a todos. Hoje propomos um desafio diferente! Desafiamos-vos a desafiar-nos, colocando questões que ainda não tenham sido postas! Não se esqueçam de consultar as "dicas dos biólogos" para ver o que já foi respondido. Não vale perguntas repetidas. :)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Malaquias e Pirilampa

Confirmam-se 3 crias no ninho Malaquias e 2 no ninho Pirilampa.

Cegonha-preta

Ainda sobre o estatuto de conservação das cegonhas, de facto a Cegonha-branca é muito mais comum que a sua congénere Cegonha-preta (Ciconia nigra), que tem actualmente o estatuto de "Vulnerável" em território nacional continental - o que significa que enfrenta risco elevado de extinção em meio natural - embora internacionalmente possua o estatuto de "Pouco Preocupante". Também é uma espécie migradora e ocorre nas bacias do Douro, Tejo e Guadiana. Em Portugal, alimenta-se em albufeiras, linhas de água e charcas. Curiosamente, a Cegonha-preta é, este ano, o símbolo escolhido pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) para alertar para o declínio da biodiversidade em Portugal.

Estatuto de conservação e cultural da cegonha-branca

A nível europeu, a cegonha-branca enfrentou um elevado declínio entre 1970 e 1990, tendo, a partir dessa data, visto a sua população crescer moderadamente, pelo que, actualmente, está classificada com o estatuto de "Pouco Preocupante" tanto a nível nacional, como internacionalmente (IUCN). É uma ave característica da nossa paisagem em muitas regiões de Portugal e está fortemente enraizada na nossa cultura. A associação da Cegonha-branca ao nascimento de bebés está muito relacionada com os seus hábitos migratórios. O facto de regressar à Europa na Primavera para se reproduzir tornou-a num símbolo de fertilidade. Contudo, enfrenta algumas ameaças globais, como a alteração do seu habitat, por exemplo: pela drenagem dos sapais, prevenção de inundações nas várzeas com barragens e sistemas de canalização dos rios, entre outras situações.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Ponto da situação

Olá a todos. Fazemos agora um ponto da situação. Nos ninhos Renata e Zacarias, a evolução é notória, de dia para dia. As 3 Renatas e os 4 grandes Zacarias já conseguem comer directamente do bico dos progenitores e repetem alguns comportamentos dos pais. Balantinha aparenta estar novamente só, no ninho. Tretinhas continua sem ovos e o(s) ocupante(s) ausentam-se com frequência. O casal Jeremias cuida do seu pouso e Josefina passa muito tempo sentada no ninho, haverá novidades? No lar dos Tobias a incubação de 3 ovos continua calmamente; a progenitora remexe-os de quando em vez, para lhes homogeneizar a temperatura. Os Patuscas cuidam de pelo menos 2 crias, no alto da sua casa. Na morada dos Cuscas, 3 crias, já com penas pretas, com idades próximas às das Zacs, reclamam por alimento. Os Malaquias foram igualmente bem sucedidos; a sua prole de 3 aparenta ser um pouco mais nova que as jovens Renatas. Também já há criação no ninho Xica: pelo menos 2 rebentos.

terça-feira, 4 de maio de 2010

resposta ao desafio Bio3: como se estuda a alimentação das cegonhas? II

A análise de conteúdos estomacais (de indivíduos mortos) e análise de dejectos são muito pouco frequentes no estudo destas aves, embora sejam frequentes noutros tipos de organismos, como em peixes (análise de conteúdos estomacais) e mamíferos terrestres (análise de dejectos). A recolha de egagrópilas permite obter uma grande quantidade de informação, sem prejuízo para as aves. O estudo da alimentação é particularmente importante para perceber melhor a ecologia da espécie e de que forma funciona a teia trófica em que esta se insere. Ao sabermos o que comem e onde comem ficamos com mais pistas para perceber quais as áreas naturais mais importantes para a sobrevivência da espécie.

resposta ao desafio Bio3: como se estuda a alimentação das cegonhas?

Para estudar a alimentação de certas espécies de avifauna como as cegonhas, os biólogos, além de observarem directamente os indivíduos, recorrem frequentemente à recolha de plumadas ou egagrópilas dos ninhos - massas regurgitadas constituídas por materiais que a ave não consegue digerir (ex.: pêlos, ossos, exosqueletos de insectos, penas, etc.) – estas massas são diferentes das regurgitações que os progenitores fazem para alimentar as crias. Neste último caso, as regurgitações são de alimentos parcialmente digeridos, capazes de alimentar a cria ou o outro progenitor. Já as egagrópilas, são aglomerados expelidos depois de toda a matéria digerível ter sido consumida. As egagrópilas são recolhidas e o seu conteúdo cuidadosamente analisado de forma a identificar com o máximo detalhe os tipos de organismos ingeridos.

Desafio Bio3: como se estuda a alimentação das cegonhas?

Bom dia a todos. Hoje temos um novo desafio para vos propôr. Já tivemos ocasião de falar sobre a alimentação das cegonhas, que pode ser consultada na secção “dicas dos biólogos”. Mas como é que os biólogos estudam a alimentação das cegonhas, além do método de observação directa?

segunda-feira, 3 de maio de 2010

As cegonhas comem algas? - II

Nas duas situações indicadas pelo Lms (@) e pelo Luis (Cascais), bem como em outros momentos que já foi possível observar, os progenitores trazem para o ninho densos pedaços de matéria vegetal. Em seguida, também incitados pelas crias, iniciam regurgitações do que recolheram na viagem.
Os ditos pedaços de matéria vegetal parecem ter sido recolhidos junto ao solo e em alguns casos trazer inclusive alguma terra agarrada. Várias vezes o progenitor que os trás agita-os antes de os pousar. Tanto quanto se sabe as cegonhas não se alimentam de matéria vegetal. É bem possível que esses fragmentos além de servirem para atapetar o ninho tragam pequenos vermes e insectos dos quais, de facto esta espécie se alimenta e que servem de complemento aos alimentos que os progenitores regurgitam.

As cegonhas comem algas?

Em resposta à pergunta lançada ontem sobre certo material que os progenitores trouxeram para o ninho: é provável que se trate de vegetação para compor o interior do ninho, que ajeitaram com o bico.

A 3a Renata?

Por vezes, por selecção natural, uma ou mais crias da ninhada, normalmente as mais fracas, acabam por morrer. Terá a 3a cria - a mais pequena - do ninho da Renata, sobrevivido?