Espécies vizinhas das cegonhas

Sobre outras espécies que frequentam os ninhos das cegonhas, tivemos oportunidade de observar já este ano uma cópula de peneireiros junto a um ninho. Podem assistir ao momento consultando o vídeo colocado no Youtube a 29-03-2010. Aqui encontram-se disponíveis alguns dos melhores momentos observados este ano. Vale a pena dar uma vista de olhos.
No final de Abril, a maior parte dos casais de peneireiro encontram-se a incubar os ovos. Como nidificam em cavidades (por exemplo no interior dos ninhos das cegonhas) só raramente são visíveis através das nossas câmaras. Quando as crias nascerem, a actividade em redor do ninho deverá aumentar e talvez seja possível obter mais imagens destes simpáticos falcões.

novos vídeos

Olá a todos. Foram adicionados mais vídeos no youtube, sobre os últimos acontecimentos. Para os recém-chegados o endereço é http://www.youtube.com/cegonhasnaweb. Lembramos que estamos sempre disponíveis para responder às vossas questões sobre a ecologia e biologia desta espécie, cada vez mais abundante no nosso país.

Ninhos: Curiosidades.

Curiosidade : Os machos de cegonha-branca (Ciconia ciconia) são normalmente os primeiros a chegar aos ninhos. Ambos os sexos participam na construção destes, apesar de usualmente ser o macho a transportar o material até ao local de nidificação. Grandes e robustos, os ninhos têm como suporte ramos de várias várias dimensões entre-cruzados. O topo, mais macio e flexível, é revestido de galhos, ervas, papéis, terra e até farrapos. O ninho é normalmente reutilizado todos os anos pelo mesmo casal. Os ninhos mais velhos podem crescer até aos 2metros de diâmetro e três de altura, podendo tornar-se bastante pesados. Ora observem com atenção, por exemplo, os ninhos da Balantinha ou do Tobias.

Como é que as crias obtém água?

Com o calor dos últimos dias têm surgido questões sobre o modo como é feita a hidratação das crias das cegonhas, pois não as vemos beber água. Tal como tem sido sugerido no site, a hidratação das crias é feita através dos alimentos regurgitados pelos progenitores. Como tem sido possível observar, os adultos digerem parcialmente os alimentos, regurgitando mais tarde para as crias se alimentarem. Temos mesmo visto os adultos a regurgitar e ingerir sucessivamente, antes das crias comerem. Ora, são estes mesmos regurgitos que contém os líquidos necessários à hidratação das crias.

O desenvolvimento das crias - III

Tal como foi dito na semana passada, a velocidade de desenvolvimento das crias depende de vários factores, como a disponibilidade de alimento, temperatura, entre outros. Normalmente, as crias deixam o ninho e o alimento fornecido pelos progenitores com 60-90 dias de idade. Sempre que surgirem estas dúvidas não hesitem em consultar a rúbrica "Dicas dos Biólogos".

Competição por alimento.

Por vezes, por competição pelo alimento, uma ou mais crias da ninhada acaba por morrer. As probabilidades de sobreviver serão menores para a mais pequena da ninhada, no entanto ainda existem possibilidades. Esperemos que consigam todas sobreviver.

Vocalizações das crias

Nesta fase inicial das suas vidas, as crias de cegonha-branca são mais
vocais que os adultos. Assim que saem dos ovos começam a
reproduzir sons intensos e copiosos, fazendo lembrar um miar
"choroso" de um gato. Além disso, como tem sido possível escutar,
o matraquear das crias é muito regular, apesar de ainda estar
longe de atingir o volume de um matraquear adulto.

As condições atmosféricas e a reprodução da cegonha-branca

Estudos científicos no Sudoeste de Espanha observaram que a mortalidade das crias e a incapacidade de reprodução são muito variáveis entre anos e são especialmente altas quando períodos de chuva coincidem com o início de vida das crias, tendo–se verificado que as crias de cegonha são especialmente sensíveis até aos 20 dias de idade. Nestes estudos, observou-se que o sucesso de reprodução e a sobrevivência das crias eram maiores quando se verificavam temperaturas mais altas, mas que esse efeito desaparecia quando conjugado com a chuva. Contudo, nas ciências naturais há sempre muitos factores a influir. Ainda é cedo para se saber a cerca do sucesso reprodutor deste ano, pois é possível que algumas das crias não sobrevivam. O que é certo, é que a influenciar o nº de ninhos ocupados está a tendência crescente de fixação das populações ibéricas invernantes, que gradualmente têm alterado os seus hábitos migradores, tornando-se mais sedentárias.

O desenvolvimento das crias - II

Para este intervalo de tempo considerámos o período de criação da espécie em geral. A cegonha é uma ave migratória com uma distribuição ampla de território (Este e Oeste da Europa, em ilhas do Atlântico, África, Norte da Mesopotâmia e até algumas zonas-sul da Ásia continental), que migra para Norte para nidificar. Assim e visto que a velocidade de desenvolvimento das crias depende de vários factores (como a disponibilidade de alimento, temperatura, entre outros), o tempo de permanência no ninho pode ter esta amplitude de variação.

O desenvolvimento das crias

São de facto 4, as crias do ninho Zacarias, e uma dela está menos desenvolvida do que as outras, provavelmente a mais nova. Por vezes, por competição pelo alimento, uma ou mais crias da ninhada acaba por morrer, mas para já não sabemos se tal irá acontecer nos ninhos que seguimos. Até à data temos observado um rápido desenvolvimento das crias cegonhas. Normalmente, as crias deixam o ninho e o alimento fornecido pelos progenitores com 60-90 dias de idade.

bons locais para observação de cegonhas - II

Ainda sobre locais para a observação de cegonhas, de que falámos ontem, importa dizer que no Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, mais de 50 de casais nidificam em escarpas costeiras e ilhotas. O que é uma situação única no mundo!

ninho dos Cuscas

No ninho dos Cuscas o progenitor cuida das crias (pelo menos 3) com idade próxima das crias Zacarias.

resumo do dia

Nos ninhos da Renata e Zacarias, as crias vão-se desenvolvendo e são alimentadas pelos progenitores; os parceiros retornam ao ninho com frequência para alimentar a família.
Ainda não foi possível confirmar o número de crias da Bia. Tobias incuba os 3 ovos reposicionando-os com frequência.
No ninho Balantinha formou-se um novo casal, do qual vimos várias cópulas durante o dia de hoje.
Tobias, Malaquias, Pirilampa e Tretinhas recebem a visita dos respectivos parceiros em intervalos largos - Malaquias e Pirilampa parecem estar a incubar.
Tretinhas ausentou-se algumas vezes do ninho e, aparentemente, ainda não terá ovos.
O vento continua a dificultar a observação nos ninhos Patuscas e Jeremias.

bons locais para observação de cegonhas

Esta noite falou-se nos locais onde ocorrem cegonhas. A propósito disso, e porque hoje é o Dia da Terra e o tempo vai melhorando, aproveitamos para deixar aqui alguns pontos de interesse para a observação desta espécie:
É principalmente a Sul do Tejo que a cegonha-branca é mais comum e o Alentejo é a melhor região para a observar. Aqui, os melhores locais para a ver são: o estuário do Sado, Castro Verde, o cabo Sardão, as regiões que medeiam Évora e Alcáçovas, e a zona de Elvas.
No litoral-centro os principais aglomerados observam-se na ria de Aveiro e no baixo Mondego, por exemplo junto ao paúl da Madriz.
Na Beira Baixa pode ser vista em maior número na Cova da Beira, em Segura, na albufeira da Marateca, na cidade de Castelo Branco e no Tejo Internacional.
No Algarve, nidifica mais nas zonas de Lagos e Castro Marim; no estuário do Arade observam-se, por vezes, grandes concentrações.
Votos de bons e verdes passeios!

reprodução no ninho Balantinha 3

É também verdade que os casais em que os indíviduos são novos, com pouca maturidade sexual, têm de início mais dificuldade em se reproduzir, devido à inexperiência própria da idade.

reprodução no ninho Balantinha 2

Quando escrevemos "casal novo" referiamo-nos mais precisamente ao facto do casal ser recém-formado e não à idade dos conjugues.

reprodução no ninho Balantinha

A época de reprodução da cegonha-branca verifica-se em Portugal por volta dos meses de Março a Abril. Nos últimos dias formou-se o casal novo - Balantinha que já efectuou, inclusive, algumas cópulas hoje. No entanto pomos algumas reservas sobre se o casal poderá vir a criar este ano, visto que, os casais novos normalmente não se reproduzem com sucesso logo no primeiro ano em que se juntam.

idade ideal para anilhagem

A idade ideal para a aninhagem das cegonhas é quando são crias e ainda não voam / não conseguem sair do ninho, mas já estão suficientemente grandes e desenvolvidas para se colocar uma anilha na pata.

seguimento das cegonhas crias

Relativamente à questão colocada sobre a anilhagem ou o seguimento das cegonhas por GPS, podemos dizer que estas opções não estão a ser actualmente contempladas no projecto, mas são boas sugestões para o futuro.

"Voz" das cegonhas II

E por que motivo as cegonhas têm o aparelho vocal tão pouco desenvolvido?

É uma questão de economia! Na natureza também há poupança de recursos!

A verdade é que a espécie raramente precisa de usar sons vocais. É uma ave grande com uma coloração bem distinguível, e adicionalmente habita paisagens abertas. Por isso, geralmente basta-lhe comunicar por sinais visuais, utilizando movimentos de cabeça, pescoço, asas e matraqueando.

"Voz" das cegonhas I

Perguntaram-nos como é que as crias emitem pios se as cegonhas não “cantam”. E se perdem essa capacidade quando se
tornam adultas.
De facto as cegonhas brancas [adultas] raramente emitem sons vocais, o que na sua classe – aves – é pouco comum. A siringe – órgão
vocal das aves – é tão pouco desenvolvido nesta espécie que mal emite sons. Produzem sons silenciosos deixando o ar passar pela traqueia.
Geralmente é um assobio ou um silvo curto que lembra um sussurro alto ou, mais raramente, um ronronar rouco. Por sua vez, os filhotes, ouvem-se
mais e mais alto, especialmente quando reclamam por comida e podendo por vezes matraquear também (matraquear é o acto de bater com o bico repetidamente, soando como uma matraca).

resposta ao desafio Bio3 - tempo de incubação

Em resposta ao desafio lançado hoje sobre qual terá sido o tempo de incubação da Renata: As cegonhas brancas têm um período de incubação com uma duração à volta de 29-30 dias. Como não é matemático - existem várias variáveis envolvidas - este período não deve ser levado com rigidez. Assim, as vossas respostas estão… certas! Tal como já foi dito, não temos a certeza do dia em que o ovo foi posto, além de que o início da incubação nem sempre é coincidente com a postura do primeiro ovo.

desafio Bio3 - tempo de incubação

A Bio3 tem mais um desafio para os observadores do Web Cegonhas: Tendo em conta que a Renata nasceu ontem, quanto tempo terá dedicado a Bia na incubação deste ovo?

Novos vídeos

Já foram colocados novos vídeos no canal do You Tube das Cegonhas na Web, com algumas das imagens do dia de hoje! Boas observações!

Nascimento da Renata V

As últimas imagens permitiram confirmar duas crias no ninho da Renata!

Nascimento da Renata IV

A Renata é ainda uma pequena cegonha. As penas assemelham-se com uma camada de pêlo fofo, de cor cinza; os olhos ainda estão fechados e tem pouco mais de 70 gramas. Ainda tem dificuldade em manter-se de pé, mas pia constantemente, de modo a comunicar com os progenitores, pedindo atenção e alimento.

Nascimento da Renata III

Nasceu hoje a Renata! Durante a manhã foi possível ouvir alguns pios, ainda tímidos, da cria de cegonha-branca no ninho que seguimos desde 2009. Já a meio do dia de hoje foi possível ouvir melhor e vislumbrar a pequena cria no ninho! A mãe cegonha continua em posição de incubação, a aquecer a cria recém-nascida e também a incubar os restantes ovos da postura. Por sua vez, o pai cegonha tem-se mantido por perto, repartindo os cuidados parentais com a fêmea. Nas próximas horas devem nascer os irmãos desta pequena cegonha!

Nascimento da Renata II

Confirma-se o piar no ninho da Renata, quando há instantes esta se levantou para ajustar o ninho, indicando a possibilidade de já terem nascido crias.

Nascimento da Renata

Há instantes foi possível ver pelo menos uma cria. Quando o progenitor se levanta ouve-se de imediato os piares, e por vezes observam-se movimentos entre os ramos.

16 de Abril de 2010

Confirma-se a presença de 4 crias no ninho Zacarias. Hoje durante o período da manhã, rajadas de vento forte comprometeram a segurança das crias no ninho Zacarias, obrigando um dos progenitores a uma rápida intervenção em defesa da prole. Existem ainda várias dúvidas quanto à presença ou não de uma ou mais crias no ninho da Renata, situação esta que ainda não foi possível confirmar, sendo necessário aguardar por uma oportunidade no ninho que permita clarificar esta dúvida.

Vídeos novos

Acabaram de ser colocados vários vídeos novos de situações bastante interessantes, que têm vindo a ocorrer nas últimas semanas, em http://www.youtube.com/cegonhasnaweb.

Alimentação das crias

Após a eclosão as crias começam logo a ser alimentadas pelos progenitores. Esta situação mantém-se até cerca de 8 semanas após o dia da eclosão.

Cuidados parentais

Pudemos observar agora mesmo um exemplo dos cuidados parentais que os progenitores tomam em situações bastante complicadas com o intuito de proteger as crias, no ninho do Zacarias. Neste caso o vento deslocou parte do material do ninho para cima das crias, o que obrigou o progenitor a remover rapidamente esse material de cima das crias, aninhando-se logo a seguir sobre as crias para as proteger do vento e da chuva.

Crias nos ninhos

Confirma-se a presença de 4 crias no ninho Zacarias. Durante os próximas semanas estas crias serão alvo de muitos cuidados por parte dos seus progenitores. No ninho da Renata ainda não é possível confirmar a existência de uma ou mais crias, sendo necessário esperar por uma oportunidade para conseguir perceber o que se passa no ninho.

Resumo do dia

Aparentemente são 4 as crias do ninho Zacarias. Os progenitores não as deixam sozinhas um momento e cuidam delas com todo o cuidado! As cegonhas Tobias têm passado bastante tempo no ninho, tendo-se registado uma elevada frequência de cópulas, o que pode indicar que a postura está para breve. Nos restantes ninhos, parece que a incubação continua.

Primeiras fases do desenvolvimento das crias de Cegonha-branca

Quando nascem, as crias de Cegonha-branca pesam 70 a 75 gramas. Aumentam de peso depressa: com 5 dias já pesam cerca de 160 gramas e com duas semanas pesam cerca de 1 quilo. Nascem com os olhos fechados, mas abrem-nos passadas algumas horas. A partir dos 10 dias de idade podem ser observadas a bater as asas. São alimentadas por ambos os progenitores e durante as primeiras três semanas um dos adultos costuma ficar no ninho para proteger as crias.

Eclosão dos ovos de Cegonha-branca

Os ovos de Cegonha-branca não eclodem todos ao mesmo tempo, podendo o intervalo entre eclosões variar entre 6 horas a dois dias e meio. Esta variação está relacionada com a data de postura de cada ovo, que pode ter intervalos de dois dias (mais raramente 1 a 4 dias) e com a data de início da incubação, que ocorre geralmente com a postura do segundo ovo e, mais raramente com o terceiro ovo. A Cegonha adulta pode dar uma ajuda no nascimento das suas crias: com o bico pode ajudar a alargar a abertura na casca do ovo e pode puxar a cria para fora. Afasta também as cascas de ovo do centro do ninho e pode atirá-las para fora. Alguns ovos podem não eclodir e permanecer no ninho, ficando cobertos por materiais do ninho ou restos de alimento.

Esclarecimento da questão do motivo da ausência das cegonhas

Em resposta à pergunta do Pedro (Lisboa), podemos dizer que as cegonhas podem ter sido afastadas do ninho durante duas horas devido à presença de pessoas no local. Claro que estamos a especular sobre o motivo e poderão existir outras razões para o sucedido. Geralmente, as cegonhas que nidificam nos apoios das linhas eléctricas da REN encontram-se bastante distantes do solo, a uma altura elevada, pelo que se sentem relativamente seguras. No entanto, a habituação à perturbação é um factor a ter em conta, e consoante essa habituação os casais de cegonha reagem de forma diferente.

Ausência das cegonhas do ninho durante a incubação

No passado Sábado (10 de Abril), a Bia e o Sebastião assustaram-se com qualquer coisa e abandonaram o ninho durante duas horas. Fizeram algumas tentativas de regresso, mas o factor que os tinha assustado parece ter permanecido no local durante esse período, impedindo-os de regressar. Passadas duas horas, a Bia regressou, ajeitou os ovos e recomeçou a incubação. Em princípio, este facto não deve ter comprometido a postura. O facto de a Bia continuar a incubar é um bom sinal, pelo que aguardamos os próximos dias com expectativa.

Crias no ninho Zacarias

Novidades no ninho Zacarias: as crias deste casal já nasceram! Após um período de incubação de cerca de 1 mês (29 a 34 dias), os ovos eclodiram. As crias podem ser observadas quando os progenitores chegam com alimentos que regurgitam com todo o cuidado ou quando fazem limpezas no ninho. Nos próximos dias será possível confirmar o número total de crias.
Nesta fase, as crias são muito sensíveis às diferenças de temperatura, por isso a progenitora permanece bastante tempo deitada para manter a temperatura constante.

Regresso dos juvenis à área de nascimento nos anos seguintes

As cegonhas-brancas são aves filopátricas, ou seja, depois de efectuarem a migração para os terrenos de invernada em África costumam regressar a áreas específicas para se alimentarem ou reproduzirem. Contudo, no caso das populações ibéricas, a migração é cada vez menos frequente, uma vez que muitas cegonhas permanecem em território nacional durante todo o ano (devido às condições climatéricas progressivamente mais quentes no Inverno mas também à maior disponibilidade de alimento, que pode estar relacionada com o aumento de lagostim-vermelho-do-luisiana).
Os estudos disponíveis para as cegonhas que mantêm o comportamento migratório indicam-nos que só um pequeno número de juvenis regressa às áreas de reprodução no seu primeiro e segundo verão, pois a maioria costuma efectuar movimentos errantes em locais mais a sul da área de reprodução (por exemplo, em Marrocos). Durante a reprodução, a distância dos juvenis com um ano à área de reprodução pode ser de mais de 1000 km, diminuindo drásticamente a partir do 3º ano de vida, que corrobora a informação sobre a fidelidade das aves adultas aos ninhos e áreas de nidificação.

Monogamia nas Cegonhas-brancas

Relativamente à questão da monogamia das cegonhas, a evolução das técnicas de estudo permitiu perceber recentemente que estas aves podem apresentar comportamentos não monogâmicos, podendo a mesma fêmea acasalar com vários machos. Nas colónias de cegonhas-brancas, as cópulas extra-par, como são designadas, parecem estar relacionadas com a falta de vigilância da fêmea por parte dos machos durante o período fértil, pois o macho tem de se ausentar para se alimentar, enquanto a fêmea protege o ninho de eventuais roubos.
Por outro lado, a monogamia pode apenas ocorrer durante uma única época reprodutiva. Como as fêmeas e os machos não chegam às áreas de reprodução e aos ninhos na mesma altura, a fidelidade ao ninho e não propriamente ao parceiro anterior poderá ser mais importante na determinação da reconstituição dos casais.

Idade da Bia e do Sebastião

A resposta à pergunta do desafio colocado pela Bio3 é:
Não é possível saber a idade exacta da Bia e do Sebastião. Contudo, o facto de se estarem a reproduzir, indica-nos que são indivíduos maturos e que terão pelo menos 4 anos de idade.
Assumindo que estas cegonhas são as mesmas do ano passado, a Bia e o Sebastião terão pelo menos 5 anos, pois na época reprodutiva anterior também já tentaram a reprodução.
Uma cegonha pode viver em média cerca de 20 a 30 anos no seu ambiente natural, mas, em cativeiro, o recorde é de 48 anos.

Desafio Bio3 - Idade da Bia e do Sebastião?

A Bio3 tem um desafio para os amigos cegonhautas.
A reprodução da Bia e do Sebastião indica que são indivíduos maturos. Quantos anos terão, pelo menos, estas cegonhas?
Relembramos que estamos sempre prontos para responder às questões e dúvidas que possam surgir sobre a ecologia da cegonha-branca ou outros temas relacionados.

7 de Abril de 2010

Nos ninhos da Renata e Zacarias, a fase de incubação decorre normalmente. Ao longo do dia, os machos foram observados a transportar material para manutenção do ninho, enquanto as fêmeas permaneceram mais tempo no ninho, a rodar cuidadosamente dos ovos e a limpar a zona em seu redor. Destacam-se ainda as boas condições meteorológicas, que são um importante factor no correcto desenvolvimento do embrião, durante a fase de incubação.

Alimentação

Geralmente, a localização dos ninhos de cegonha-branca está relacionada com a proximidade a locais favoráveis de alimentação. As margens de paúis, os estuários (como o estuário do Tejo e as lezírias associadas), as linhas de água e os arrozais, devido à abundância de alimento, constituem importantes áreas de alimentação para a espécie, pelo que é frequente existirem colónias
com um elevado número de casais desta espécie junto a estas zonas húmidas.
A alimentação das cegonhas-brancas é muito variada. Normalmente, capturam minhocas, insectos, peixe, anfíbios (sapos e rãs), répteis (cobras e lagartos) e crustáceos (lagostins), contudo, podem ainda alimentar-se de pequenos mamíferos (principalmente roedores), aves e ovos.

Renovação do material que compõe o ninho

A limpeza do ninho e a renovação do material que o compõe (musgo, palhas, ramos, etc) é um comportamento recorrente ao longo de toda a época de reprodução, continuando a ser observado até depois dos juvenis terem efectuado o seu primeiro voo. O material pode ser recolhido a mais de 500m do ninho.

(6 de Abril de 2010)

Reprodução em estruturas humanas

Devido à sua adaptabilidade, é frequente a observação de ninhos de cegonha-branca em estruturas humanas, como habitações ocupadas (telhados, chaminés, etc) ou em ruínas, postes de electricidade e de telefone, antenas de telemóvel, pivots de rega em funcionamento, silos de cereal, fardos de palha e bidons. Este comportamento cria, por vezes, conflitos com o Homem, sendo necessário alterar o local dos ninhos.
Uma vez que o derrube de ninhos de cegonha é um crime punível por lei, é necessária uma autorização do ICNB (Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade). Técnicos especializados analisam o problema e emitem um parecer sobre a melhor altura para efectuar a remoção. Este período compreende os meses de Setembro a Janeiro, quando há uma menor utilização dos ninhos (em Setembro, as crias já abandonaram o ninho e, em Janeiro, os progenitores ainda não começaram a reconstrução para uma nova época de reprodução). Por vezes, a situação é resolvida com a simples substituição do ninho por um suporte artificial próximo do local.

(6 de Abril de 2010)

Roubo de ninhos

Apesar dos ninhos de cegonha-branca serem defendidos agressivamente pelos seus donos, estudos revelam que os roubos de material são quase sempre direccionados para ninhos ocupados e que a maioria dos episódios de roubo é protagonizada por machos.

(5 de Abril de 2010)

Cópulas

Com o avanço da época de reprodução as cópulas tornam-se cada vez mais raras, cessando após a postura do último ovo. No ninho da Renata e do Zacarias, onde a época de reprodução está aparentemente bem encaminhada, esta redução de cópulas já se fez sentir. O pico de maior actividade de cópulas acontece poucos dias após se formar o par e diminui para menos de metade, uma semana antes de ocorrer a primeira postura. Em média, o par copula 200 vezes por época de reprodução, o que é uma das taxas mais altas registadas em aves.

(1 de Abril de 2010)

31 de Março de 2010

A incubação prossegue de maneira auspiciosa nos ninhos da Renata e do Zacarias. A Bia foi vista por diversas vezes a ajeitar os ovos com o bico e compondo o muito material vegetal acumulado nas últimas semanas. No ninho do Zacarias, o macho continua a trazer material tendo sido particularmente activo durante o período da manhã.

Cegonhas costeiras

Como foi referido em alguns comentários, a nidificação de cegonha-branca (Ciconia ciconia) em rochedos costeiros verifica-se em Portugal e é um fenómeno único no mundo. Durante o último censo nacional de cegonha-branca, realizado em Portugal no ano de 2004, foram inventariados 99 ninhos em palheirões, pequenas ilhotas e escarpas costeiras.A grande maioria dos ninhos localiza-se no concelho de Odemira. Este censo nacional, foi integrado no VI Censo Mundial de cegonha-branca onde participaram cerca de 38 países da Europa, Norte de África, Médio Oriente e Ásia Central. A cegonha-branca faz parte de um grupo restrito de animais, onde se verifica uma colaboração internacional tão vasta com o objectivo de determinar a dimensão da sua população, tendo o primeiro censo mundial desta espécie ocorrido em 1934!

(31 de Março de 2010)

30 de Março de 2010

Os casais de cegonhas continuaram as suas tarefas diárias, apesar de alguns sobressaltos nos ninhos da Renata e da Balantinha onde alguns intrusos tentaram por várias vezes roubar materiais do ninho. A cegonha residente no ninho Balantinha foi a que mais material trouxe para o ninho, sendo ainda visível o tamanho considerável de alguns aglomerados de material que transportou para o ninho.

29 de Março de 2010

Os cuidados parentais dos vários casais de cegonhas continuaram normalmente apesar da chuva e do vento que se fizeram sentir. A recolha de materiais para o ninho, a manutenção do ninho e a permanente presença de pelo menos um dos elementos do casal no ninho foram uma constante ao longo de todo o dia. Os dias de chuva podem provocar a destruição das posturas, tornando os ovos inviáveis, motivo pelo qual foi observada a presença constante de um dos membros dos vários casais, aninhado ao longo desses períodos nos ninhos onde existem ovos.

Número de ovos

Só teremos a certeza do número de ovos caso consigamos obter uma imagem inequívoca deles. Mas um número tão elevado de ovos (6) acontece em áreas mais a norte do país, como Aveiro ou junto ao Baixo Mondego. No Baixo Tejo a tendência é que cada casal coloque entre 1 a 3 ovos. Será necessário aguardar pelo momento certo para desfazer essa dúvida.

(29 de Março de 2010)

Câmaras

São apenas 2 câmaras, mas dada a proximidade de vários ninhos nos locais onde estão instaladas, permitem-nos ver o dia-a-dia de vários casais de cegonhas em redor. A altura a que as câmaras estão instaladas em dias ventosos como o de hoje, oferece-nos uma imagem mais instável nos ninhos, principalmente nos que se encontram mais longe.
Cada câmara apenas pode transmitir as imagens pertencentes a um ninho de cada vez, por isso não é possível transmitir as imagens de vários ninhos ao mesmo tempo. A informação pertecente a cada ninho é assim transmitida sequencialmente.

(29 de Março de 2010)

26 de Março de 2010

Os casais continuam a demonstrar os seus cuidados parentais. Para além do aquecimento necessário do(s) ovo(s), rodam-no(s), arranjam o material à sua volta e limpam os resíduos que se acumulam no ninho. O período de incubação das cegonhas-brancas varia entre 29 e 34 dias. Se tudo continuar a correr bem, no final do mês de Abril já teremos crias nos ninhos Renata e Zacarias.

Nidificação de outras espécies em ninhos de cegonha

Como se verifica no ninho da Renata, existe uma tolerância mútua que permite, num mesmo ninho, a nidificação de um casal de cegonhas, de uma colónia de pardais (Passer domesticus) e de um casal de peneireiros (Falco tinnunculus). Existem ainda outras espécies que podem utilizar os ninhos de cegonha para o mesmo fim, como o pardal-montês (Passer montanus), pardal-espanhol (Passer hispaniolensis), o mocho-galego (Athene noctua) e a gralha-de-nuca-cinzenta (Corvus monedula). A grande plataforma que compõe os ninhos de cegonha proporciona abrigo e segurança contra predadores, especialmente os colocados em postes, pois são praticamente inacessíveis a partir do solo.

(26 de Março de 2010)

25 de Março de 2010

A incubação continua nos ninhos em fase mais avançada da reprodução. Hoje, destacam-se as disputas no ninho Balantinhas e que resultaram no desaparecimento da maioria do material que o casal já tinha recolhido. Em áreas com um grande número de casais de cegonha é frequente a ocorrência de disputas nos ninhos, especialmente no período inicial da fase de reprodução.

Fidelidade aos ninhos

A fidelidade aos ninhos, entre épocas reprodutivas, é elevada (registo de um máximo de 14 anos), no entanto, nos casais compostos por indivíduos jovens é mais frequente a troca de ninho do que em casais constituídos por indivíduos maduros e experientes. A mudança e/ou construção de um novo ninho está relacionada, muitas vezes, com a alteração de parceiro, por exemplo, como consequência da morte de um dos membros do casal. A distância do novo ninho ao anterior local de nidificação varia, geralmente, entre 5 a 20 km, e a sua construção pode ocorrer em 8 dias.

(25 de Março de 2010)

24 de Março de 2010

A Bia e o Sebastião e o casal do ninho Zacarias continuaram, durante o dia de hoje, a incubação do ovo. Devido à grande quantidade de material depositado nos ninhos, não tem sido possível visualizar o seu interior, pelo que ainda não se confirmou a presença de mais do que um ovo. Os Balantinhas continuam a ser observados frequentemente no ninho, em cópula e a trazer algum material de construção. No ninho Tretinhas, voltou a ser observada uma cegonha durante bastante tempo, arranjando esporadicamente o material do ninho e defendendo-o de intrusos. Contudo, apenas se tem observado uma única ave, podendo indicar que esta se encontra sem parceiro para reprodução.

Postura no ano de construção de um ninho

Durante o fim-de-semana, surgiram algumas dúvidas sobre as posturas no ano de construção de um ninho. A postura pode estar relacionada com a maturidade e experiência dos progenitores e não propriamente com o facto de ser o ano da construção. Como curiosidade, geralmente, os indivíduos mais velhos e experientes iniciam a postura mais cedo na época de reprodução e têm, em média, mais um ovo que os indivíduos mais jovens.

(24 de Março de 2010)

Cegonha-branca - Distinção entre sexos

As cegonhas não possuem dimorfismo sexual, ou seja, não existem grandes diferenças entre o macho e a fêmea pois a sua plumagem é idêntica. No entanto, o macho costuma ser um pouco maior que a fêmea. Existem outras formas de os distinguir, como, por exemplo, através do comportamento que demonstram durante a reprodução. É fácil distinguir o macho quando começa a bicar a fêmea repetidamente durante a cópula e quando traz material para o ninho, pois geralmente é a fêmea que passa mais tempo a incubar, enquanto o macho contribui mais para a manutenção do ninho.

(24 de Março de 2010)

Bicar a fêmea

Durante o anoitecer de ontem, os machos dos ninhos da Renata e Zacarias foram observados a bicar a fêmea repetidamente. Este comportamento ocorre essencialmente antes do início da cópula, no entanto, parece ser também um comportamento que reforça a relação entre os membros do casal.

(24 de Março de 2010)

23 de Março de 2010

A Bia e o Sebastião continuam a incubar o(s) ovo(s), estando permanentemente no ninho. Desde ontem que se tem vindo a registar um aumento na frequência das visitas no ninho dos Balantinhas. Hoje, a presença quase constante de, pelo menos, uma cegonha no ninho e a observação de algumas cópulas ao longo do dia, são indicativas da evolução positiva da reprodução para este casal. Confirmou-se, ainda, que o ninho dos Tretinhas foi abandonado, sendo pouco frequente a observação de cegonhas no local e, quando aconteceu, verificaram-se roubos de material. A ausência de progenitores em incubação durante todo o dia indica que a postura poderá ter sido perdida.

Identificação de aves pequenas no ninho das cegonhas

Têm surgido algumas dúvidas sobre as pequenas aves observadas no Condoninho da Renata. Hoje de manhã, observaram-se e ouviam-se vários pardais. Anteriormente, os estorninhos-pretos (Sturnus vulgaris) foram também observados no ninho da Renata, quando a Bia e o Sebastião não estavam, e aparecem por vezes nos cabos por trás do ninho. Estas aves são mais pequenas que melros e voam em bando.

(23 de Março de 2010)

22 de Março de 2010

A Bia foi observada a incubar durante todo o dia, ajeitando o ninho e o que parece ser rodar o ovo. O Sebastião esteve no ninho várias vezes, tentando copular e trazendo material, especialmente musgo. Registaram-se também várias cópulas do casal de cegonhas do ninho do Malaquias, o que indica que a postura deverá estar para breve.

Abrir o bico

Durante o fim-de-semana e várias vezes durante esta manhã, temos observado as cegonhas com o bico aberto. Como as aves não suam, este comportamento é uma forma de dissipação do calor, que ajuda a regular a temperatura corporal.

(22 de Março de 2010)

Peneireiros - Distinção entre sexos e entre espécies

Na câmara 1 é possível observar um peneireiro vulgar (Falco tinnunculus). A coloração castanha da cabeça indica que é uma fêmea. Os machos têm a cabeça cinzenta. A coloração escura das unhas, para além de outras características, permite também diferenciar esta espécie de uma espécie semelhante, o francelho (Falco naumanni), que tem as unhas claras.

(22 de Março de 2010)

19 de Março de 2010

Durante o dia de hoje os casais que ocupam os vários ninhos do Webcegonhas mostraram-se bastante atarefados. Matraquear, copular e arranjar o ninho foram bastante comuns entre alguns casais. Os casais mais avançados na fase reprodutiva passaram grande parte do dia no ninho, a cuidar da postura.

Construção do ninho

Um ninho do tamanho do existente no Ninho da Balantinha demora vários anos a ser construído. Normalmente um ninho de cegonha começa por ser um amontoado de matéria vegetal, ao qual anualmente vai sendo acrescentado mais material. Os melhoramentos anuais vão aumentando o ninho consideravelmente, podendo chegar a pesar 200kg. A construção de um ninho é um processo dispendioso em termos de energia e de tempo, que obriga a que todos os anos os ocupantes do ninho o aumentem. Assim, passados alguns anos os ninhos tornam-se grandes, assim como o Ninho da Balantinha.

(19 de Março de 2010)

Período em pé e deitado

As cegonhas não possuem um período fixo diário para permanecerem deitadas ou em pé. O tempo que gastam nestas acções varia diariamente de indivíduo para indivíduo e varia consoante as condições climatéricas e com as necessidades de cada indivíduo. Por exemplo se estiver muito vento é normal as cegonhas permanecerem mais tempo deitadas para poupar energia e perder menos calor ou durante a postura precisam passar mais tempo deitadas para chocar o(s) ovo(s). Neste caso o que parece ter acontecido no Condoninho da Renata foi uma troca entre o casal para a fêmea se ir alimentar, tendo o macho ficado a vigiar o ninho. Os machos também incubam os ovos, mas neste caso o macho optou apenas por ficar a vigiar o ninho.

(19 de Março de 2010)

Ovos e chuva

Apesar de necessitarem de alguma humidade durante a incubação para haver o correcto desenvolvimento dos ovos, estes não devem estar sujeitos à chuva. Esta é uma das razões para que esteja sempre um dos progenitores no ninho durante a incubação - o corpo dos pais protege os ovos durante esta fase tão sensível. No entanto, esta protecção pode não ser totalmente eficaz se se verificarem chuvadas intensas durante um período alargado.

(18 de Março de 2010)

Vocalizações

Em relação à vocalização ouvida no vídeo do Peneireiro, no blog do Sebionhas, ela aparenta ser de um Pardal-comum que se encontrava bem próximo do microfone.

(18 de Março de 2010)

Primeiro ovo no Condoninho da Renata

Está confirmado o primeiro ovo no Condoninho da Renata. Começa-se a observar uma mudança no comportamento da Bia, passando mais tempo no ninho em posição de incubação. Verifica-se, também, um especial cuidado em compor o material vegetal à volta do ovo, e de tempos a tempos, rodando o ovo com o seu bico. É preciso aguardar mais uns dias para ver se a postura aumenta.

(18 de Março de 2010)

Peneireiros

Na câmara 1 já foi possível observar um casal de peneireiros-vulgares (Falco tinnunculus). A coloração cinzenta da cabeça permite concluir que um indivíduo é do sexo masculino, enquanto que a coloração castanha da cabeça permite concluir que o indivíduo é do sexo feminino.

(17 de Março de 2010)

16 de Março de 2010

Estão confirmadas as presenças de ovos em dois ninhos: Zacarias e Tretinhas. O número de ninhos agora visíveis aumenta as probabilidades de observar comportamentos como as paradas nupciais, com os matraqueares constantes, até às cópulas, muito comuns nesta época do ano. De resto, como já foi verificado noutros dias, os pardais (Passer domesticus) andam igualmente a aproveitar o bom tempo para construirem os seus ninhos.

15 de Março de 2010

As condições climatéricas têm ajudado às tarefas de construção e manutenção dos ninhos e já conseguimos confirmar a presença de ovos em mais ninhos. No Condoninho da Renata o comportamento das cegonhas parece indicar que ainda não existe ovo. Assim que coloca o primeiro ovo, a fêmea passa bastante tempo a ajeitá-lo e a rodá-lo com o bico (tal como temos constatado no Condoninho do Tretinhas), o que ainda não foi observado no ninho da Renata. Mas o comportamento do casal é bastante auspicioso, a redução do número de cópulas e a presença quase constante da Bia no ninho é um bom indicador de que o ovo deve chegar em breve!

Será que o macho que ocupa o Condoninho da Renata é o Sebastião?

Em relação à questão levantada se no Condoninho da Renata o macho é ou não o Sebastião, de facto a ave tem uma marca na pata o que aumenta a possibilidade de ser o "Seb". Além disso, as cegonhas são relativamente fieis aos ninhos ano após ano. No antanto, não podemos dar 100% certezas.

(15 de Março de 2010)

Ovo a caminho?

No Condoninho da Renata o comportamento das cegonhas parece indicar que ainda não existe ovo. Assim que coloca o primeiro ovo, a fêmea passa bastante tempo a ajeitá-lo e a rodá-lo com o bico (tal como temos constatado no Condoninho do Tretinhas), o que ainda não foi observado no ninho da Renata. Mas o comportamento do casal é bastante auspicioso, a redução do número de cópulas e a presença quase constante da Bia no ninho é um bom indicador de que o ovo deve chegar em breve!

(12 de Março de 2010)

12 de Março de 2010

Os casais que ocupam os vários ninhos que podemos observar em redor do Condoninho da Renata continuam activamente a copular, como hoje foi visto por várias vezes no ninho do Tobias. Também o casal de cegonhas residente no Condoninho da Renata prossegue com esta actividade, embora pareça existir um pequeno decréscimo no número diário de cópulas. A fêmea permanece muito mais tempo aninhada, o que pode ser indicativo de já estar no período de gestação. Se o desenrolar dos acontecimentos diários do casal se mantiver sem alterações bruscas ao nível do comportamento e de competição por outros indivíduos, é possível que o primeiro ovo esteja para breve.

11 de Março de 2010

A partir de hoje é possível ouvir os sons da envolvência do Condoninho da Renata. No final da tarde já se conseguiu ouvir o matraquear das cegonhas, mas também as vocalizações de peneireiro-comum (Falco tinnunculus) e o canto do chapim-real (Parus major). O canto do chapim-real é um dos sons mais característicos dos montados ibéricos durante a Primavera.

Guarda do par?

Apesar de nem sempre estar presente no ninho, não implica que o segundo elemento do casal se encontre longe. Nas aves é frequente a observação do ninho a partir de uma outra posição, com ampla visibilidade para o ninho e território. Os estudos dizem que a frequência de cópulas extra par é baixa nas cegonhas-brancas.

(10 de Março de 2010)

9 de Março de 2010

Durante o dia de hoje o macho residente no Condoninho da Renata passou grande parte do dia ausente, no entanto sempre que visitava o ninho foram registadas várias cópulas. A fêmea aproveitou sol e foi vista a cuidar da sua plumagem ao longo da tarde. Durante a breve ronda com a webcâmara2, ainda em fase de testes, foi possível avistar um ovo no ninho do Tretinhas.

8 de Março de 2010

O casal de cegonhas do Condinho da Renata passou grande parte do tempo em tarefas de reconstrução do ninho, continuando também a ser observadas várias tentativas de roubo de material por parte de outras cegonhas. Desde o início do fim-de-semana que o casal aumentou a frequência das cópulas, esperando-se que a postura ocorra brevemente. Durante o período da tarde, o ninho do Tobias, que se encontra por baixo do ninho da Renata, esteve frequentemente ocupado por uma cegonha.

5 de Março de 2010

Hoje tivemos oportunidade de observar várias espécies no ninho. Além das cegonhas, observámos um pequeno grupo de estorninhos (Sturnus unicolor) e o casal de peneireiros que habita sob o Condoninho da Renata.Devido à elevada precipitação que se deu hoje, as tarefas de reconstrução no ninho foram menos frequentes, mas continuam a ser uma preocupação diária do casal residente do Condoninho da Renata.

4 de Março de 2010

O casal residente do Condoninho da Renata passou grande parte do dia de hoje no ninho, em tarefas de reconstrução do mesmo. A limpeza das suas penas de parasitas e resíduos que interferem com a impermeabilização das suas penas e com o aerodinamismo, foi também constante ao longo do dia. Durante a madrugada ocorreram algumas situações que deixaram os residentes do ninho em alerta, situações essas que deverão estar relacionadas com a proximidade de outras cegonhas ou com tentativas de ocupação do ninho.

Recolha de galhos para o ninho

Luísa, sim este é um comportamento normal entre as cegonhas e é facilmente observado em locais onde há vários ninhos da espécie. As cegonhas parecem ser exigentes com os galhos que escolhem para os ninhos e esta é uma tarefa que lhes consome tempo, pois fazem-no de forma cuidadosa. Aparentemente é mais fácil tirar galhos de um ninho vizinho do que procurar um novo!

(3 de Março de 2010)

3 de Março de 2010

Durante o dia de hoje os residentes do Condinho da Renata centraram-se na tarefa de reconstrução do ninho, principalmente na reunião de materiais. As cegonhas vão arranjando o seu ninho diariamente e apesar do ninho parecer desorganizado aos nossos olhos, a realidade é que a reconstrução é lenta e progressiva. À medida que o casal for trazendo mais materiais para o ninho e os for colocando nos locais apropriados essa sensação irá desaparecer, ficando no final o ninho com um aspecto mais composto.

Qual a espécie de peneireiro?

Sim, o casal de peneireiros que partilha o ninho da Bia e do Sebastião é da espécie peneireiro-vulgar (Falco tinnunculus). Trata-se de uma espécie comum no nosso país e que inclusivamente ocorre nas grandes cidades.

(2 de Março de 2010)

2 de Março de 2010

Hoje apesar de ter sido um dia de muita chuva os residentes do Condoninho da Renata continuaram as tarefas diárias de reconstrução do ninho e realizaram comportamentos característicos da sua espécie como o matraquear. Ocorreram ainda algumas tentativas de ocupação do ninho por parte de outras cegonhas. Durante a manhã ganha especial relevância o momento de cópula entre o casal de peneireiros que possui o seu ninho sob o Condoninho da Renata.

1 de Março de 2010

Um dia bastante dinâmico para o casal de cegonhas. Foram observados os dois indivíduos a matraquear por diversas vezes ao longo do dia, tendo ambos passando grande parte do dia no ninho. Uma das cegonhas parece ter preferência por se empoleirar na estrutura em forma de T, utilizando-a como plataforma de suporte para voos esporádicos. Durante a realização de alguns desses voos, trouxe material composto por pequenos ramos e palhas para o ninho com o intuito de o ir reparando e ao mesmo tempo aumentando.

Ovo a caminho?

O casal que actualmente ocupa o ninho começou recentemente a reparar o ninho e a demonstrar alguns comportamentos de corte, podendo esporadicamente tentar a cópula. Com o decorrer do mês de Março esses comportamentos serão cada vez mais frequentes, só nessa altura se as temperaturas aumentarem e os períodos de chuva passarem a ser menos frequentes é que eventualmente poderemos esperar a postura.

(1 de Março de 2010)